ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 09-6-2008.

 


Aos nove dias do mês de junho do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Neuza Canabarro e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, os Projetos de Resolução nos 033 e 034/08 (Processos nos 3764 e 3835/08, respectivamente); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Projetos de Lei do Legislativo nos 140 e 141/08 (Processos nos 3417 e 3418/08, respectivamente); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 142/08 (Processo nº 3465/08); pelo Vereador Mauro Zacher, o Projeto de Lei do Legislativo nº 148/08 (Processo nº 3614/08). Também, foram apregoados os Ofícios nos 402, 403 e 424/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 006, 005 e 007/08 (Processos nos 3784, 3783 e 3809/08, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 444185, 489773, 490992 e 497987/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Maria Teresa Dresch da Silveira, Presidenta do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região – CREFITO-5/RS –, que discorreu acerca da história do Centro de Reabilitação Profissional, frisando sua importância na recuperação de trabalhadores incapacitados e salientando a diminuição do quadro de funcionários que esse órgão sofre nos últimos anos. Sobre o tema, convidou os Senhores Vereadores para o seminário “Centro de Reabilitação Profissional: passado, presente e futuro. Perspectiva para a reabilitação no Município de Porto Alegre”, a ser realizado neste Plenário, no dia treze do corrente mês. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, a Vereadora Neuza Canabarro e os Vereadores Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Dr. Raul manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, destinado a assinalar o transcurso, amanhã, do septuagésimo oitavo aniversário da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul – SERGS –, nos termos do Requerimento nº 051/08 (Processo nº 3714/08), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; e os Senhores Romano Botin e Hilário Pires, respectivamente Presidente em exercício e Vice-Presidente da SERGS. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, do Senhor Sérgio Zimmer, Diretor de Obras e Projetos do Departamento de Esgotos Pluviais, do Senhor João Antônio Pancinha Costa, Diretor de Relações com as Entidades Co-Irmãs da SERGS, e da Senhora Iolanda Azeredo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto saudou os setenta e oito anos da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul – SERGS –, destacando a contribuição dessa entidade em diversos projetos em Porto Alegre e no Estado no período de sua existência. Nesse sentido, enalteceu a participação da SERGS na discussão de temas como a aplicabilidade dos biocombustíveis no Brasil e o desenvolvimento tecnológico, urbano e ambiental da Cidade. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, dos Senhores Antônio Carlos Pereira de Souza, Eudes Míssio e Eurico Trindade Neves, ex-Presidentes da SERGS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib ressaltou a colaboração da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul em grandes obras realizadas no Estado, em especial no planejamento e execução de empreendimentos relacionados à engenharia de tráfego e transportes públicos. Além disso, enfatizou a relevância do trabalho de ex-dirigentes da SERGS para que essa entidade alcançasse a credibilidade e a representatividade de que hoje goza. O Vereador Guilherme Barbosa, sublinhando que entidades brasileiras normalmente não são longevas como a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, louvou o septuagésimo oitavo aniversário dessa entidade e sua contribuição para o engrandecimento do Estado e do País. Nesse contexto, chamou a atenção para a influência da engenharia e dos avanços tecnológicos proporcionados pelo seu desenvolvimento em todas as outras atividades profissionais. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Romano Botin, que, em nome da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, agradeceu a homenagem prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen pronunciou-se acerca de casos de desvio de verbas públicas recentemente descobertos, posicionando-se pela promoção da ética e da moralidade no meio político. Nesse sentido, mostrando-se contrário à criação de novos impostos e ao aumento da carga tributária brasileira, afirmou que falta capacidade ao Governo Federal para combater tanto a corrupção quanto o desmatamento da Amazônia. A Vereadora Maria Celeste discursou acerca de gravação de conversa entre o Senhor Cézar Busatto, Chefe da Casa Civil do Governo Estadual, e o Vice-Governador Paulo Feijó, manifestando preocupação com o conteúdo desse diálogo no que diz respeito a práticas adotadas pelos Executivos do Estado e de Porto Alegre. Em relação ao assunto, exigiu explicações sobre a possível existência de irregularidades em autarquias e convênios da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Vereador Mauro Zacher, contraditando o pronunciamento da Vereadora Maria Celeste, em Comunicações, asseverou que a sindicância realizada pelo Ministério da Educação não apontou irregularidades na aplicação, em Porto Alegre, do Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária – ProJovem. Ainda, comentou dados relativos ao número de eleitores menores de dezoito anos e, finalizando, registrou o lançamento do Plano Diretor Cicloviário de Porto Alegre. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Todeschini, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pela Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Carlos Todeschini. Ainda, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se, informando o motivo da ausência do Vereador Professor Garcia na presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Maurício Dziedricki contraditou o pronunciamento hoje efetuado pela Vereadora Maria Celeste, no que tange a possíveis irregularidades em autarquias e órgãos municipais. Nesse sentido, assegurou não ter havido nenhuma ilegalidade em processo licitatório para a aquisição de materiais e serviços para a manutenção das condições de iluminação pública, ocorrido no período em que Sua Excelência exerceu o cargo de Secretário Municipal de Obras e Viação. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Guilherme Barbosa criticou o edital de licitação produzido pela Secretaria Municipal de Obras e Viação – SMOV –, para adquirir materiais e serviços para a iluminação pública de Porto Alegre. Também, manifestou-se sobre o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que classifica como Empreendimento de Impacto de Segundo Nível o projeto de revitalização urbana do trecho da orla do Lago Guaíba denominado Pontal do Estaleiro. O Vereador Haroldo de Souza externou seu apoio ao Projeto de Lei do Legislativo nº 043/05, de autoria do Vereador Sebastião Melo, que dispõe sobre a redução do número de carroças no Município. Ainda, repudiou a divulgação, feita pelo Vice-Governador Paulo Feijó, de conversas telefônicas havidas entre Sua Excelência e o Senhor Cézar Busatto e discursou sobre denúncias de irregularidades supostamente praticadas pela Senhora Dilma Rousseff, Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Em seguida, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 050 e 049/08. Em Votação, esteve o Requerimento nº 247/05, o qual obteve onze votos SIM, dois votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Dr. Goulart, Aldacir Oliboni, João Antonio Dib, Luiz Braz e Dr. Raul, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki e Nilo Santos, Não os Vereadores Claudio Sebenelo e Luiz Braz e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e João Bosco Vaz, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade, o Vereador José Ismael Heinen informou não ter conseguido registrar seu voto quando da apreciação do Requerimento nº 247/05. A seguir, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Maria Luiza, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 292/07 (Processo nº 8421/07). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei comentou denúncias publicadas pela imprensa, de uso de recursos públicos em campanhas eleitorais no Rio Grande do Sul. Sobre o assunto, analisou meios atualmente adotados pelos políticos para divulgação de suas candidaturas, asseverando que lideranças comunitárias vêm sendo financiadas para desenvolvimento de um trabalho que objetive rendimentos eleitorais e não a efetiva organização e conscientização dos cidadãos. A Vereadora Margarete Moraes teceu críticas ao Governo do Estado, citando denúncias investigadas pela Polícia Federal, de desvio de verbas junto ao Departamento Estadual de Trânsito. Ainda, informou que a Bancada do PT encaminhará Requerimento para que compareça nesta Casa o Senhor Cézar Busatto, para esclarecimentos quanto a conversas telefônicas divulgadas na imprensa no dia seis de junho do corrente, envolvendo o ex-Chefe da Casa Civil e o Vice-Governador Paulo Feijó. O Vereador Claudio Sebenelo contestou críticas à Senhora Yeda Crusius hoje efetuadas por Vereadores da Casa, traçando comparativo entre medidas tomadas pelos Governos Estadual e Federal frente a casos de corrupção em órgãos públicos. Também, leu trechos de matéria publicada hoje pelo jornal Folha de São Paulo, referente a acusações formuladas pela Senhora Denise Abreu, de ingerência da Ministra Dilma Rousseff na venda da empresa VarigLog para o Grupo Volo do Brasil. Após, foi apregoado Requerimento de autoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores, solicitando seja convidado a comparecer neste Legislativo o Senhor Cézar Busatto, ex-Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, para prestar esclarecimentos acerca de denúncias divulgadas pela imprensa, de irregularidades no processo de arrecadação de recursos para financiamento de candidaturas no pleito eleitoral ocorrido no ano de dois mil e seis. Na oportunidade, o Senhor Presidente determinou a autuação desse Requerimento de autoria da Bancada do PT, tendo se manifestado a respeito os Vereadores Claudio Sebenelo e Carlos Comassetto e a Vereadora Maria Celeste. Ainda, o Vereador Luiz Braz manifestou-se acerca das normas legais que regem procedimentos dos Senhores Vereadores no período que antecede as eleições municipais de outubro do corrente, em especial quanto ao uso de adesivos e veiculação de propaganda com teor político, tendo se manifestado a respeito a Vereadora Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib analisou a atitude tomada pelo Vice-Governador Paulo Feijó, no sentido de divulgar conversas telefônicas havidas entre Sua Excelência e o Senhor Cézar Busatto, Chefe da Casa Civil do Estado. Também, externou sua contrariedade a atitudes e declarações de determinados políticos gaúchos, com a intenção de atingir a imagem e a honorabilidade da Senhora Yeda Crusius, Governadora do Estado do Rio Grande do Sul. A Vereadora Neuza Canabarro posicionou-se pelo indeferimento do Requerimento de autoria da Bancada do PT, para comparecimento nesta Casa do Senhor Cézar Busatto, ex-Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Acerca do tema, declarou que a imagem do político gaúcho foi atingida pelas denúncias contra o Governo Estadual, propugnando por medidas efetivas para que sejam responsabilizados os comprovadamente envolvidos em casos de corrupção. O Vereador Alceu Brasinha asseverou que se observa uma conotação discriminatória de gênero na forma como políticos e imprensa vêm culpando a Governadora Yeda Crusius em questões atinentes a denúncias de corrupção envolvendo integrantes do Governo Estadual. Finalizando, informou que a direção do Grêmio Football Porto Alegrense deverá agendar comparecimento a esta Casa para apresentar explanação sobre o Projeto Arena, que objetiva a construção do novo estádio desse clube. O Vereador José Ismael Heinen teceu considerações acerca da conjuntura política brasileira, enfatizando que se nota no País uma cultura de cunho claramente negativo, caracterizada pela falta de compromisso com a verdade e com a defesa do patrimônio público. Nesse sentido, declarou que o momento é de reflexão, de mudança, de mobilização dos Parlamentares e da sociedade em geral em torno dos princípios básicos que norteiam a democracia, a Justiça e o Estado de Direito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, a Vereadora Sofia Cavedon classificou como revelador o teor das conversas telefônicas divulgadas pela imprensa, envolvendo o ex-Chefe da Casa Civil e o Vice-Governador do Estado. Também, reportou-se a Requerimento apresentado pela Bancada do PT, solicitando o comparecimento do Senhor Cézar Busatto, em vista de declarações de Sua Senhoria, de que teriam ocorrido concessões políticas na administração da Prefeitura de Porto Alegre. Na ocasião, foi apregoado Memorando s/nº, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, em reunião acerca da regulamentação da Lei Municipal nº 10.115, conhecida como “Lei do Motofrete”, realizada no dia cinco de junho do corrente, na Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC –, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Luiz Braz refutou críticas feitas à atuação da Senhora Yeda Crusius como Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, fazendo um comparativo entre as ações realizadas durante a gestão de Sua Excelência e períodos anteriores. Ainda, defendeu o trabalho desenvolvido pelo Senhor José Fogaça como Prefeito Municipal de Porto Alegre, especialmente no que tange à aplicação e gerenciamento do orçamento público. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal pronunciou-se sobre denúncias de irregularidades envolvendo integrantes e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores em nível nacional. Também, criticou o trabalho desenvolvido pelos Prefeitos Municipais de Porto Alegre vinculados a esse Partido e que exerceram o cargo nos últimos dezesseis anos, declarando que o atual Prefeito, Senhor José Fogaça, promoveu ações que melhoraram a situação administrativa do Município. O Vereador Haroldo de Souza, analisando o atual quadro político verificado no Estado do Rio Grande do Sul, propugnou pela realização de uma reforma política que qualifique os mecanismos de seleção dos ocupantes de cargos públicos e fortaleça o controle e a fiscalização de seus atos pela população. Nesse sentido, defendeu que as campanhas eleitorais tenham financiamento público, de modo a tratar isonomicamente os candidatos a cargos eletivos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Sofia Cavedon e Carlos Comassetto, os Projetos de Lei do Legislativo nos 089, 093, 119, 128, 131, 057, 115, 117/08, os três últimos discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, 125/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Ervino Besson, o Projeto de Lei do Executivo nº 027/08, o Projeto de Resolução nº 026/08; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 120, 121, 124, 126, 127 e 132/08. Às dezoito horas e quatro minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo, Ervino Besson e Aldacir Oliboni e secretariados pelos Vereadores Ervino Besson e João Carlos Nedel, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito ao Ver. Ervino Besson que assuma a presidência dos trabalhos, pois tenho um compromisso no Gabinete da Presidência.

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. João Carlos Nedel procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Lê as proposições apresentadas à Mesa.) Eram essas as proposições, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Vereador. Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Maria Teresa Dresch da Silveira, representando o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao Seminário “Centro de Reabilitação Profissional: passado, presente e futuro. Perspectiva para a reabilitação no Município de Porto Alegre”.

 

(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. MARIA TERESA DRESCH DA SILVEIRA: Exmo Sr. Vice-Presidente da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, Ver. Aldacir Oliboni; Exma Srª Presidenta da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Verª Neuza Canabarro, que em breve estará aqui conosco; Exmo Sr. Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, Ver. Guilherme Barbosa; Exmos Vereadores, senhoras e senhores. O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Rio Grande do Sul já vem há algum tempo discutindo com os gestores públicos e com a comunidade, através de seminários e Audiências Públicas, a situação da qualidade e do acesso dos usuários aos serviços de Assistência Fisioterapêutica e Terapêutica Ocupacional no Município de Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. O Centro de Reabilitação Profissional, CRP, como é conhecido, tem sido tema de constantes questionamentos durante esses eventos. Milhares de operários, em função de suas atividades laborais, são vítimas de acidentes de trabalho. O espaço público que se colocava como referência em reabilitação/habilitação profissional no Município de Porto Alegre está praticamente abandonado. Suas instalações, localizadas na Av. Bento Gonçalves nº 827, são prova desse fato. No local, hoje, funciona uma agência do INSS.

O prédio público que abriga o Centro de Reabilitação Profissional foi construído na década de 70, sendo inaugurado em 1978 com uma área total de 15 mil metros quadrados voltada exclusivamente para a acessibilidade do trabalhador incapacitado. Na época da inauguração, o Centro de Reabilitação Profissional dispunha de 400 funcionários que interagiam com a reabilitação profissional. No auge de sua prestação assistencial, foi considerado o maior centro especializado da América Latina. Em virtude das políticas de descentralização dos serviços, políticas iniciadas no final da década de 80 pelo Governo Federal, o Centro de Reabilitação Profissional, aos poucos, foi desativando vários espaços; alguns de seus funcionários foram transferidos e outros se aposentaram. Restam hoje, daqueles 400, menos de 15 funcionários.

Em razão da atual realidade do Centro de Reabilitação Profissional, constatada em recente visita ao local, ocorrida no último dia 02 de junho, com a presença da Presidente da COSMAM, Verª Neuza Canabarro; do Presidente CEDECONDH, Ver. Guilherme Barbosa; dos Vereadores Aldacir Oliboni e Dr. Raul; da Deputada Federal Maria do Rosário e de diversas representações de nossa sociedade, os Conselhos Profissionais da Saúde, como órgãos de fiscalização dos exercícios profissionais da Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação Física e Enfermagem, cientes de seu compromisso com a sociedade, estão engajados na luta para que o Centro de Reabilitação Profissional volte a cumprir a atividade fim para qual foi criado em 1978; prestando, dessa forma, assistência integral em reabilitação/habilitação aos trabalhadores incapacitados, encontrando esses sua reabilitação/habilitação para executar outras atividades, se for o caso.

Sendo assim, os Conselhos Profissionais das profissões de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação Física e Enfermagem reivindicaram junto à Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana e à Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa Legislativa a realização de um Seminário Público para debater com a sociedade porto-alegrense a possibilidade do retorno das atividades do Centro de Reabilitação Profissional, transformando-se num grande centro de referência de Saúde, dessa forma suprindo a demanda reprimida da assistência integral na reabilitação de nosso Município.

Convido V. Exas a participarem do Seminário “Centro de Reabilitação Profissional: passado, presente e futuro. Perspectiva para a reabilitação no Município de Porto Alegre”, que ocorrerá neste auditório na próxima sexta-feira, dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio, com início às 8h30min, para que possamos, juntos, estabelecer o debate público acerca dos trabalhadores incapacitados, vitimados por acidentes de trabalho, e dos usuários carentes de assistência integral na reabilitação junto ao SUS de Porto Alegre.

Gostaria também de só fazer uma pequena manifestação colocando a minha grande emoção de estar ocupando esta tribuna hoje, porque me fez lembrar que há pouco mais de um ano esteve aqui presente o meu irmão, advogado Paulo de Tarso Dresch da Silveira, falando e manifestando o seu descontentamento e a sua luta em relação à questão da PEC das precatórias, que está sendo discutida no Congresso Nacional. Ele e mais 187 pessoas foram vítimas daquele acidente da TAM, no momento em que, justamente - ele estava lá naquele avião -, rumava a São Paulo, quando iriam estar discutindo, numa grande manifestação, essa questão da PEC. Então, para mim hoje este momento também está sendo de grande emoção por estar aqui, onde há pouco tempo ele também esteve presente.

Agradeço e mais uma vez gostaria de contar com a colaboração dos Srs. Vereadores nesse processo em que necessitamos estar juntos, discutindo as questões de uma melhor assistência à nossa população na área da Saúde, população que tanto está necessitando. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Convidamos a Drª Maria Teresa a fazer parte da Mesa. Passaremos, em seguida, à manifestação das Bancadas.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Ver. Aldacir Oliboni, dirigindo os trabalhos nesta tarde; Drª Maria Teresa Dresch da Silveira, Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região. Eu quero a cumprimentar por essa luta e dizer aos nobres Vereadores e Vereadoras presentes que nós, em 2006, o Ver. Oliboni e eu, conseguimos abortar um convênio que definitivamente retirava aquele espaço - que foi um espaço de excelência, de qualidade, na reabilitação do acidentado - e o repassava ao Município para servir de área administrativa da Saúde, como foi colocado naquela ocasião, quando o Ministro Nélson Machado, da Previdência, aqui esteve.

E lá no Centro de Reabilitação, junto com o Vice-Prefeito Eliseu Santos, que na época não era ainda Secretário, exigimos que não se tirasse o objeto para o qual foi construído, porque é dinheiro público a serviço do trabalhador e pela reabilitação daqueles que têm necessidade do serviço. Então, é a força da Bancada do PDT, composta nesta Casa pelos Vereadores Ervino Besson, Nereu D’Avila, Mauro Zacher, João Bosco Vaz e por esta Vereadora.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE ( Aldacir Oliboni): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Oliboni, que dirige a Sessão neste momento; Drª Maria Teresa, Presidente do CREFITO-5/RS, é com satisfação que nós estamos, junto com a COSMAM, com a CEDECONDH, trabalhando nesse assunto, que é, de fato, muito importante para a população de Porto Alegre. Na visita que fizemos na segunda-feira da semana passada, exatamente há uma semana, àquele local lá da Av. Bento Gonçalves, ficamos muito surpresos de ver um equipamento tão grande - são milhares de metros quadrados. Hoje é uma agência do INSS, em que todo um andar superior está parado praticamente, podendo atender muito mais pessoas da nossa população. Segundo a direção do CRP, todos os segurados da região atendida por aquele equipamento - Porto Alegre, Alvorada, enfim - estariam atendidos. No entanto, a preocupação que se coloca é que todas aquelas pessoas que não estão abrangidas pelo INSS, ou seja, os usuários do SUS em geral, não têm um atendimento adequado na Cidade. Falta estrutura, seja municipal, seja estatal, da Prefeitura, ou falta um controle das entidades privadas em cima desse assunto.

Então, eu acho que vem em muito boa hora o Seminário que vamos realizar em conjunto, CEDECONDH, COSMAM e vários Conselhos, um dos quais presidido por V Sª, para que façamos essa avaliação e tenhamos também uma posição com relação à CRP. De repente, vamos pegar todos juntos e pedir ao Governo Federal, junto com o Governo Estadual e Municipal, que seja melhor utilizado aquele espaço. Não é bom que um prédio tão grande, com uma área tão grande fique ocioso, quando as pessoas precisam de um melhor atendimento. Cumprimento o trabalho de Vossa Senhoria.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, em primeiro lugar, queremos cumprimentar a Drª Maria Teresa Dresch da Silveira, que vem aqui falar de um assunto extremamente sério, porque nós temos recebido algumas pessoas em nosso gabinete que, mesmo sem estarem reabilitadas, são dadas como aptas para o serviço. E isso, se por um lado desonera o Instituto, que não tem mais que pagar, por outro lado deixa o trabalhador numa situação muito difícil. Eu acho que deveria haver um investimento maior em cima desse Centro de Reabilitação, porque seria uma possibilidade de vermos pessoas que hoje não podem prestar mais serviço voltando novamente para o campo de trabalho, de uma forma honesta, digna e fazendo com que realmente todos possam ter oportunidades iguais. Mas o que se vê hoje é que o Governo Federal resolveu adotar uma política um pouco diferente. Ele coloca pessoas que não podem trabalhar, que não foram reabilitadas ainda, que não passaram pelos procedimentos necessários dentro desse Centro de Reabilitação como aptas para o serviço. E isso tem sido uma tremenda injustiça em nossa sociedade. Parabéns pelo seu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Nobre Ver. Aldacir Oliboni, Presidente; Srª Maria Tereza Dresch da Silveira, que preside tão bem o CREFITO, nós estamos todos unidos em prol dessa bandeira. Como médico do trabalho, há muitos anos acompanho muitos acidentes; não é à toa que o Brasil é ou já foi campeão mundial de acidentes do trabalho, fazendo com que as pessoas tenham que ser realmente reabilitadas. O nosso CRP, Centro de Reabilitação Profissional, onde estivemos na semana passada, é uma área que está claramente subutilizada, ou seja, ela tem sete mil metros quadrados de área construída, tem um ginásio esportivo que está totalmente deteriorado na sua estrutura básica, vamos dizer assim, e o que acontece lá hoje são perícias do INSS. Na realidade, não existe uma reabilitação profissional forte naquela área; ela é quase que mínima. Há alguns profissionais que já são antigos, de quando o CRP realmente funcionava na sua integralidade.

Nós nos associamos com toda a força a essa questão do Seminário, para que se consiga realmente reunir todas as instituições que têm sob seu controle e seu poder a questão da reabilitação, para que cheguem a um projeto comum, para que possamos todos batalhar na mesma linha, ou seja, um projeto único e forte para ver realmente o que é importante, porque sabemos que hoje a reabilitação vem sendo muito terceirizada através de outras clínicas, de outros convênios, e temos que saber o que é melhor, em última análise, para as pessoas que necessitam de reabilitação, não só o beneficiário do INSS, mas aquela pessoa que sofre um acidente vascular cerebral, ou que sofre alguma lesão importante sem ser beneficiária do INSS. Nós precisamos de toda essa discussão e acreditamos que esse Seminário do dia 13 vai oportunizar, basicamente, um encaminhamento único, quando nós, desta Casa, das nossas Comissões, vamos nos unir aos Conselhos de classe para, juntos, através da força de todos nós, darmos um destino real e objetivo àquela instituição, que tanto já fez pela reabilitação e que hoje tanto está a dever ali naquela região. Saúde para todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Com a manifestação do Ver Dr. Raul, encerramos o período da Tribuna Popular. Agradecemos a presença da Drª Maria Teresa, Presidenta do CREFITO - Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região. Com certeza, a Câmara de Vereadores, através das Comissões de Saúde e Direitos Humanos, tem acompanhado muito, Drª Maria Teresa, essa questão da recuperação do Centro de Recuperação Profissional da Av. Bento Gonçalves, hoje gerido por órgão federal. No passado, havia alguns interesses, seja do Estado ou do Município, para a implantação de uma área administrativa lá, mas houve a reação das entidades aqui de Porto Alegre no intuito de aquele local ser utilizado para, principalmente, essas atividades e para aqueles que hoje são considerados pessoas com deficiência e que não encontram um centro adequado de recuperação. Um dos grandes lutadores está aqui presente, o Valtinho, e há muitas outras entidades. A Câmara de Porto Alegre quer agradecer a presença do CREFITO aqui, Drª Maria Teresa, e também reforçar o Seminário que haverá aqui na Casa no dia 13 de junho de 2008, a partir das 8h30min, quando estará sendo discutida toda a política para poder incluir - e não excluir - a questão dos PCDs e a questão da recuperação do Centro de Reabilitação Profissional da Av. Bento Gonçalves. Agradecemos em nome da Câmara e, sempre que for conveniente ou a pedido dos senhores, estaremos à disposição. Muito obrigado.

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao Ver. Aldacir Oliboni a condução dos trabalhos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; solicito a V. Exª que submeta à consideração do Plenário a inversão da ordem dos trabalhos para que possamos imediatamente entrar no período de Comunicações para homenagear a Sociedade de Engenharia pelos seus 78 anos.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Este período se destina a homenagear os 78 anos da Sociedade de Engenharia. Convidamos para compor a Mesa o Engenheiro Romano Botin, Presidente em exercício da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Engenheiro Hilário Pires, Vice-Presidente da Sociedade de Engenharia. Registramos a presença de ex-Presidentes, Diretores, Conselheiros, colaboradores e amigos da entidade; do Arquiteto Sérgio Zimer, Diretor de Obras e Projetos do DEP, aqui representando o Sr. Secretário Ernesto Teixeira, seja bem-vindo; João Pancinha e outros da nossa Sociedade de Engenharia; Srª Iolanda Azeredo, Presidente da Secretaria de Planejamento Municipal, seja muito bem-vinda também. Tratando-se de uma proposição da Mesa Diretora, nós designamos o Vereador e Engenheiro Carlos Comassetto para fazer a saudação inicial em nome da Mesa Diretora.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; em nome da nossa Câmara de Vereadores de Porto Alegre, quero saudar a Sociedade de Engenharia, representada aqui pelo Engenheiro Romano Botin, Presidente em exercício, e pelo Engenheiro Hilário Pires, Vice-Presidente; demais representantes aqui presentes, colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras.

Falar da Engenharia no Rio Grande do Sul e falar da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul é falar da história moderna do Rio Grande do Sul e do seu desenvolvimento. A Sociedade de Engenharia foi fundada no dia 10 de junho de 1930, portanto amanhã está completando 78 anos. E esta Casa, sob a presidência do nosso querido Ver. Sebastião Melo; os Vereadores Carlos Comassetto, João Antonio Dib, Guilherme Barbosa e Carlos Todeschini - os quatro engenheiros desta Casa -, mais os 32 Vereadores, vimos propor esta homenagem à Sociedade de Engenharia. Quando se pensou em ligar a nossa Capital à metade sul, na construção da Ponte do Guaíba, lá estava a Sociedade de Engenharia; quando se traçou o sistema viário do Rio Grande do Sul, lá estava a Sociedade de Engenharia. Na atualidade, neste novo momento de desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul, o Estado é pioneiro em discutir a matriz energética do nosso Estado.

Quando se pensou em implantar aqui o Parque Eólico, com uma nova planta alternativa para a energia, aproveitando aquilo que nós temos de mais limpo e mais saudável no que diz respeito à produção de energia, que são os ventos, lá estava a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul propondo esse debate. E temos uma realidade hoje, que é o Parque Eólico do Rio Grande do Sul ali no nosso litoral, com um potencial muito maior ainda de expansão.

Nesse momento, quando estamos discutindo os biocombustíveis, a Sociedade de Engenharia e todas as engenharias coirmãs, sejam elas engenharia florestal, engenharia agrônoma, engenharia química, engenharia elétrica, engenharia civil e assim por diante, estão debruçadas não só em discutir o potencial que dos biocombustíveis para o País, mas também discutindo e elaborando quais são as melhores táticas e estratégias para o seu desenvolvimento no País. O Presidente da Republica tem viajado pelo mundo, levando essa como uma bandeira de desenvolvimento do nosso País. E a agricultura do Rio Grande do Sul, que é uma das agriculturas pioneiras sob o ponto de vista da inovação e da sustentabilidade, se coloca presente nessa discussão. Estaremos inaugurando logo o Ceitec, que é o maior Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação da América Latina, não só da América do Sul, muito menos só do Brasil, localizado aqui na Lomba do Pinheiro, e lá está a Sociedade de Engenharia fazendo a discussão, elaborando todo o seu ponto de vista.

Ver. João Antonio Dib, Ver. Guilherme Barbosa, nós estamos aqui nesta Casa, neste momento, nossa querida Líder, Verª Margarete Moraes, discutindo o Plano Diretor, Ver. Ervino Besson. A Sociedade de Engenharia, que compõe o Fórum das Entidades, que é coordenado pela Verª Neuza e tem o Relator o Ver. Luiz Braz, propôs um grande debate para a sociedade gaúcha, que é repensar o sistema de planejamento. Todos nós temos críticas à atual estrutura do planejamento municipal, estamos discutindo o Plano Diretor e apontando a criação de uma nova entidade, seja ela instituto, empresa ou mesmo refundar a própria Secretaria do Planejamento. E a Sociedade de Engenharia foi uma das pioneiras a trazer esse debate ao seio da comunidade porto-alegrense através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Ela fez a proposição, que chegou a esta Casa, e nós estamos debatendo. Temos um acordo muito tranqüilo de que o sistema municipal da gestão e planejamento da Cidade de Porto Alegre assim como está não pode continuar. E esse compromisso é um compromisso que esta Casa tem, aliado à preocupação da Sociedade de Engenharia, de nós reorganizarmos o sistema municipal de planejamento.

Portanto, Sr. Presidente, em nome da nossa Casa, dos 36 Vereadores, trago aqui a nossa felicitação à Sociedade de Engenharia pelos seus 78 anos. E quero dizer que, com a sociedade civil presente e atuando, teremos também um Legislativo forte. Muito obrigado, senhores e senhoras. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registramos as presenças honrosas do Sr. Antônio Carlos Pereira de Souza, do querido amigo Eudes Míssio e do Sr. Eurico Trindade Neves, todos ex-Presidentes dessa extraordinária Sociedade de Engenharia. Sejam bem-vindos à nossa Casa!

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; caríssimo Engenheiro Romano Botin, Presidente em exercício da Sociedade de Engenharia; meu caro Engenheiro Hilário Pires, Vice-Presidente da Sociedade de Engenharia; ex-Presidentes da Sociedade de Engenharia aqui presentes; minhas colegas engenheiras; meus colegas engenheiros; meus professores, representados na pessoa querida de Eurico Trindade de Andrade Neves; representantes do DEP e da SPM, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho absoluta convicção de que o Engenheiro Fernando Martins Pereira e Souza, lá no Clube Caixeral, há exatamente 78 anos, quando abria os trabalhos para fundar a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, não poderia avaliar o quanto essa Sociedade faria parte da vida da Cidade, do Estado e até do País, mas especialmente da nossa cidade de Porto Alegre, onde está representada em todos os setores.

A Sociedade de Engenharia pensou e ajudou a criar o DAER, pensou e ajudou a criar a Cientec; a Sociedade de Engenharia cuidou de debater profundamente a travessia do Guaíba, a ampliação das pistas da freeway. E no nosso Plano Diretor, desde o primeiro momento, contamos sempre com a representação da Sociedade; o Pólo Petroquímico foi estudado pelo Rio Grande como uma grande necessidade e fez com que a Assembléia se unisse em todos os Partidos, e nós contamos com os estudos da Sociedade de Engenharia indicando o caminho para que ele fosse instalasse. Quando se falou em gás natural, a Sociedade de Engenharia foi presente para dizer que também fazia parte, que estudaria, que daria suas opiniões e seus conselhos, que foram muito úteis, sem dúvida nenhuma. A Sociedade de Engenharia participa em nada menos do que 44 conselhos, câmaras, fóruns e institutos, além de oito comissões. Todos os anos a Sociedade escolhe o Engenheiro do Ano na área privada e também na área pública.

Dos seus 78 anos, eu tenho acompanhado 52 anos; há dois terços da sua existência eu tenho sido seu associado e com muito orgulho. Há pessoas que marcaram profundamente a sua passagem na Sociedade de Engenharia. Uns estão vivos e aqui conosco, eu não vou citá-los, mas, dentre os que já não estão conosco, um eu faço questão de citar: Alcindo Guanabara Porto Alegre, engenheiro que foi realmente o esteio da Sociedade. Em momentos difíceis da Sociedade lá estava, desinteressadamente, Alcindo Guanabara Porto Alegre, cuidando da nossa Sociedade querida, que tem prestado serviço a Porto Alegre em todos os setores: na SMT; no metrô, que também foi estudado pela Sociedade de Engenharia; na Secretaria do Planejamento, na qual mantém um representante; no conselho deliberativo do DMAE; no Departamento de Limpeza Urbana. A Sociedade de Engenharia está presente em Porto Alegre, e Porto Alegre deve muito a ela.

Por isso hoje a Câmara, com seus 36 Vereadores, portanto falando em nome da Cidade, diz à Sociedade de Engenharia: “Muito obrigada por tudo o que foi feito”. E temos a certeza de que muito continuará sendo feito. Desejamos a todos aqueles que a integram, milhares de engenheiros e arquitetos, muitas felicidades, muito sucesso. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Meneghetti.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Não tive o prazer de ser aluno do Professor Eurico Trindade Neves, mas, no distante Pernambuco, na distante cidade de Recife, onde fiz minha graduação, abri os seus livros e aprendi um pouco dessa parte bonita da Engenharia. Menos do que o Ver. João Dib, exatamente por eu não ser gaúcho, mas desde 1976 estou na nossa Capital, portanto há 32 anos. Então, há 32 anos eu acompanho a vida intensa da Sociedade da Engenharia. São poucas as entidades, no nosso País ainda jovem, assim como na nossa Cidade, que mantêm uma idade tão longa e, ao mesmo tempo, uma atividade muito forte, muito determinada.

O Ver. João Dib e o Ver. Comassetto citaram vários eventos importantes do Estado e da nossa Capital em que tivemos a participação efetiva da Sociedade de Engenharia. Em algumas ocasiões eu digo que, hoje em dia - de certa maneira sempre foi assim, mas acho que mais intensamente atualmente -, não há atividade humana em que não tenhamos o dedo de alguém da área técnica dos engenheiros nas suas múltiplas especialidades, assim como também da Arquitetura; enfim, alguém da área técnica. Atualmente não há nenhuma atividade humana - inclusive a Medicina, que tem muita relação - que não tenha a participação da área técnica. Portanto, vemos a importância de a Sociedade de Engenharia estar sempre atuante.

Eu venho, num discurso curto e rápido, sublinhar isso, Engenheiro Botin. Nós temos na Sociedade de Engenharia a parte de lazer, importante, naquele belo local, lá na Pedra Redonda, mas isso outros clubes fazem. O que destaca a Sociedade de Engenharia é a sua participação na vida da Cidade e do Estado do Rio Grande do Sul - e o faz desde que nasceu, e o faz da mesma forma atualmente. Portanto, esse é um ponto que para mim é absolutamente relevante. Quero deixar o cumprimento, embora o Ver. Comassetto já tenha o feito, de toda a nossa Bancada à Sociedade de Engenharia pelos seus 78 anos, desejando que isso se multiplique várias vezes mais. Um grande abraço à Diretoria e a todos os sócios da SERGS. Parabéns! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Todeschini, que também é engenheiro, deixou o seu abraço, não pôde estar presente em razão de um compromisso externo.

Nós franqueamos a palavra ao Sr. Romano Botin, Presidente em exercício da SERGS, para que possa fazer a sua saudação.

 

O SR. ROMANO BOTIN: Boa-tarde, senhores e senhoras; Sr. Presidente desta Casa e amigo Sebastião Melo; Ver. Carlos Comassetto, Ver. Carlos Todeschini, Ver. João Antonio Dib, Ver. Guilherme Barbosa, a entidade agradece a indicação desta pauta da Câmara parabenizando a nossa entidade. Ex-Presidentes Eudes Míssio, Antônio Carlos Pereira de Souza; Eurico Trindade Neves, Decano da Engenharia do Rio Grande do Sul, que muito nos orgulha, professor de todos, pelo menos neste século, com certeza; prezadas senhoras, senhores, colegas. Agradecemos as homenagens recebidas nesta Casa, que foi o berço de nossa entidade, quando, em 10 de junho de 1930, foi fundada. Desde aquele tempo figuras ilustres capitanearam a nossa entidade; alguns já se foram, outros ainda mantêm viva a chama precursora da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul.

A Sociedade de Engenharia mantém uma vinculação muito forte com Porto Alegre. Participou de vários momentos importantes desta Cidade: da modelagem sobre a Ponte do Guaíba; da elaboração e implantação do Plano Diretor de Porto Alegre, desde a sua concepção até a sua implantação. A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul parabeniza esta Casa, na figura do Sr. Presidente Sebastião Melo, pela a iniciativa do Fórum “Porto Alegre, Uma Visão do Futuro”. E coloco mais uma contribuição da Sociedade de Engenharia à nossa Cidade: a proposta - na revisão da Lei nº 434, do Plano Diretor de Porto Alegre, que ora tramita nesta Casa - da criação de um Instituto de Planejamento Urbano, organismo voltado a pensar e planejar a Porto Alegre do futuro, idéia que tão bem esta Casa soube acolher e colocar em discussão com a comunidade, trazendo especialistas em cada área, cujo sucesso é medido pela lotação do auditório em todas as edições.

Por falar nesse assunto, vamos fazer um convite a todos deste Plenário: nesta quarta-feira, 11 de junho, mais um tema estará sendo colocado em pauta no Fórum “Porto Alegre, Uma Visão de Futuro”. Será discutido um dos temas mais relevantes, que é o urbanismo sustentável: habitação, saneamento básico, regularização fundiária e meio ambiente. Esse é um dos temas que mais preocupam a nossa comunidade. A ocupação urbana irregular em Porto Alegre alcança 35% da sua área urbana, índice alarmante, porque remete cidadãos porto-alegrenses à informalidade, sem receberem os serviços básicos de saneamento, escola, saúde e transporte. Estamos criando uma perigosa fatia da nossa população à margem da nossa sociedade. O Fórum oportunizado pela Presidência desta Casa evidencia a sensibilidade aos problemas que mais afligem os menos afortunados cidadãos porto-alegrenses.

A gestão da Sociedade de Engenharia, sob a condução do seu Presidente, Engenheiro Newton Quites, ora em viagem, evidencia: temos responsabilidades perante a sociedade de formularmos propostas que atendam ao bem comum, não como imposição, mas sendo participantes ativos do debate no Governo ou nos Parlamentos. A verdade é que nosso Estado e o nosso País passam por um momento angustiante de desencanto dos cidadãos com os seus governantes e com os seus parlamentares. Ao encarar os problemas que nos afligem, acho que somos um pouco culpados por não termos levantado um pouco mais a voz, indicando erros e colaborando com propostas.

Queremos também ressaltar que a Sociedade de Engenharia tem atuado... Mais recentemente, na segunda-feira passada, recebemos o Diretor de Tecnologia de Polímeros Verdes, da Braskem, com a feliz notícia da implantação da fábrica de polímeros verdes aqui no nosso Estado. A Sociedade de Engenharia discutiu recentemente a implantação do Ceitec e o que ele representa em alavancagem tecnológica para o nosso Estado, para a nossa Cidade, representando a implantação de trabalho e de uma indústria limpa, sem poluição, da mais alta qualidade tecnológica. Também discutimos a silvicultura, e o que essa nova barreira remete ao Estado do Rio Grande do Sul e à nossa Cidade. Estamos trazendo, proximamente, o Diretor do Centro de Tecnologia da Braskem sobre nanotecnologia. Só para termos idéia, essa empresa recentemente registrou duas patentes mundiais em polímeros baseados em nanotecnologia, que vão começar a compor os pára-choques de automóveis e caminhões.

A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul é uma entidade atuante, representativa, dinâmica, que prima pela constante revitalização, atua voltada ao desenvolvimento e à área tecnológica do nosso Estado. A Sociedade concentra grande parte da inteligência técnica rio-grandense, na medida em que reúne renomados profissionais da tecnologia gaúcha. E temos a grata satisfação de termos vários engenheiros aqui neste plenário - associados, ex-conselheiros -, que muito nos orgulham. Realiza diversos eventos que visam trazer ao debate temas atuais e relevantes, com a presença de representantes do Governo, de instituições, de lideranças empresariais de destaque nas áreas em que atuam. A entidade promove uma série de atividades socioculturais, esportivas, oferecendo aos seus associados uma ampla estrutura em sua sede social, ideal para momentos de confraternização e de lazer. É também o celeiro de novos talentos, abrindo espaço para os jovens recém-formados, contribuindo para o seu aprimoramento através dos eventos técnicos que realiza.

A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul configura-se no campo tecnológico como lugar de pensar e agir, crescer e aprender, o verdadeiro referencial em tecnologia.

A Sociedade de Engenharia possui como eventos: “SERGS Debates”, que reúne especialistas para permanente discussão dos problemas relevantes do futuro da Capital do Estado e do País; o “Bom-dia, Engenharia”, em que oferece, mensalmente, um café da manhã com palestrantes convidados para abordar assuntos da atualidade ligados às áreas tecnológicas; o “Happy hour da Engenharia”, destinado aos jovens associados, que é realizado mensalmente e que reúne profissionais e estudantes de Engenharia e de Arquitetura para a troca de cartões e para o debate de temas atuais.

Sobre os convênios com universidades, nós temos convênios com as sete principais universidades gaúchas - a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Universidade Federal de Santa Maria, a PUC, a Unisinos, a UniRitter, a Ulbra e com a unidade de Caxias do Sul, que possibilita aos formandos dos cursos de Engenharia, Arquitetura, Geologia e Agronomia se tornarem sócios da SERGS, não pagando a mensalidade no seu primeiro ano de formado. O “Engenheiro Sombra”, que é o mais novo evento da sociedade, promove aos estudantes a vivência do dia-a-dia das empresas e dos profissionais de Engenharia, Arquitetura, Agronomia e Geologia, atuando ao lado desses pelo período de um dia. Os jovens talentos têm a oportunidade de conhecer melhor a profissão que irão exercer. E o “Banco de Talentos”, que está sendo gestado, que é o elo entre os jovens profissionais da área tecnológica, os associados, as empresas e instituições parceiras. O “Banco de Talentos” aproxima o recém-formado às vagas oferecidas no mercado de trabalho.

Então, esta é a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, que tenho o maior prazer de demonstrar aos Srs. Vereadores. Novamente, queríamos agradecer aos Vereadores e à Presidência desta Casa esta oportunidade nos nossos 78 anos. Muito obrigado, Porto Alegre; muito obrigado, Srs. Vereadores; muito obrigado, meus colegas. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero dizer, querido amigo Romano, que estamos muito satisfeitos desde o primeiro momento que procuramos a Sociedade de Engenharia como co-parceira desse Projeto que a Câmara está discutindo sobre uma visão do futuro. Então, em nome da Mesa e em nome de todos os Vereadores, quero agradecer, porque os senhores têm oferecido um conteúdo enorme para a Cidade do futuro, o que, com toda a certeza, não se esgota nos debates, que vão encerrar-se em julho. A idéia da criação do Instituto nasceu lá na Sociedade de Engenharia e foi esculpida na revisão do Plano Diretor. O que esta Casa está fazendo é potencializar aquilo que vem de uma sugestão da sociedade civil, incorporada pelo Executivo. Nós temos a perfeita compreensão de que a questão do planejamento da Cidade precisa ser reinventada, ser remontada. Isso é um processo que, ao longo desses últimos 30 anos, passou - na nossa avaliação - por um sucateamento. Agradeço aos senhores e às senhoras que nos honraram com suas presenças.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h57min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 14h59min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Presidente, nobres colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, quero trazer aqui, como Líder do Democratas nesta Câmara, um depoimento muito pessoal, tanto por ser Democrata quanto pela postura que sempre tive em minha vida política e profissional. Em diversos pronunciamentos que fiz desta tribuna, sempre lamentava a cultura política que se estava desenvolvendo em nosso País: corrupção em cima de corrupção; denúncia em cima de denúncia; CPIs em cima de CPIs, e os “preclaros” acusados, comprovadamente responsáveis, continuavam às soltas neste País. Essa crise que nós estamos atingindo hoje talvez seja o ápice derradeiro da movimentação dessa cultura política da Nova República - queira Deus que assim o seja! -, de continuarmos nessa escalada de denúncias, de averiguações - positivas - do que realmente estava acontecendo.

Causa-me profunda tristeza e decepção, nesses programas e debates políticos, principalmente nos últimos dias, quando ouço jornalistas, como no programa Conversas Cruzadas, dizerem: “Nós sabíamos que tudo isso estava acontecendo”; Deputados dizendo: “Sabíamos que isso tudo estava acontecendo”. Ora, gente! Se sabíamos que isso tudo estava acontecendo, ou éramos coniventes, ou éramos a favor dessa prática torpe da conspurcação do poder através da criação de Cargos de Confiança, da criação de Secretarias, da criação de Ministérios, inclusive para cooptação política da blindagem do Governo. Essa história começou no Governo Lula, que não precisava ter essa mácula se, no primeiro incidente, tivesse tirado de suas atividades, punido exemplarmente o Sr. Waldomiro Diniz. Mas não; começaram a ter, esses que cometiam os deslizes denunciados, o afago e o respaldo do Governo Central, que sentiu pena dos transgressores, que sentiu pena dos que corrompiam, nunca os excluindo de suas funções, a não ser quando a situação era insustentável, aí fazia com que os detentores de cargos públicos pedissem demissão.

Eu dizia, há muito tempo, naquele episódio das malas, do “mensalão”, que isso também estava chegando ao Estado do Rio Grande do Sul. Eu falei, quando novamente queriam aumentar os impostos, recriar a CPMF - uma contribuição sem sentido - com um novo nome, que era, nada mais, nada menos, que mais dinheiro para engordar essas instituições e seu modus vivendi, o que agora é moda no nosso País: a política na contramão.

É um País riquíssimo, Deus nos abençoou com uma Amazônia - pulmão do mundo -, a qual não temos a capacidade de manter, deixamos derrubarem e contrabandearem suas árvores para o beneplácito da política daqueles detentores dos Governos. Queira Deus que essa trajetória da nossa cultura política, vejam os últimos acontecimentos, tenha um fim. E acredito que é o que todos nós, políticos de bom senso, que amamos o nosso País, desejamos neste momento. Se todo o mundo conhecia, não haveria necessidade de vir à tona. Não estou aqui para comentar o método pelo qual isso aconteceu: uma pessoa - seja o vice-governador ou lá quem for -, com convicções extremadas, a público, faz uma denúncia do que estava acontecendo na política do nosso País. Como todo o mundo dizia que sabia o que estava acontecendo - agora, realmente, todo o mundo sabe o que está acontecendo, o que acontecia -, eu só peço uma coisa aos políticos de bom senso: vamo-nos unir para que o mote principal da vida pública do País seja a ética, a moral, o republicanismo, principalmente, do erário, que é de todo o cidadão brasileiro, desde o mais pobre ao mais rico.

Muito obrigado, Sr. Presidente; este é o meu dever hoje, como ofício de Líder do meu Partido: trazer esses esclarecimentos aos nossos eleitores e ao público de Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no último período, nos últimos meses, temos assistido de uma forma bastante estarrecida à crise que se instalou no Estado do Rio Grande do Sul. Para a nossa surpresa, nesta sexta-feira, com a divulgação das gravações realizadas pelo Vice-Governador do Estado, numa conversa particular com o Chefe da Casa Civil, Cézar Busatto... Nós tivemos nessa audiência vários relatos e comprometimentos de que, de fato, existe no Estado do Rio Grande do Sul, no Governo do Estado do Rio Grande do Sul, um comprometimento muito sério na questão do Detran, do Banrisul e também do DAER, como foi colocado naquela oitiva.

Agora, o que mais me chamou a atenção nessa gravação - e aí é uma preocupação que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem que ter, que cabe a cada um de nós, Vereadores - é a relação que o Secretário Cézar Busatto faz com a Prefeitura de Porto Alegre, afirmando que o esquema montado no Governo do Estado e apontado pela CPI do Detran para construir uma maioria.. Ele afirmou que um Partido pequeno, quando assume o poder, precisa fazer concessões aos demais Partidos, e citou a cidade de Porto Alegre, citou a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Para colaborar, Verª Maria Celeste: quando aconteceu esse episódio na sexta-feira, lembrei-me do episódio anterior, em que se tentou atacar o seu Partido, quando o Delegado Tubino, então Chefe de Polícia do Governo Olívio, usou também um gravador para gravar o Sr. Diógenes, quando ele dizia que o Governador Olívio tinha pedido para proteger os bicheiros; o que não foi verdade, porque nunca ficou comprovado. Então, tem que se pesar, ver se isso será comprovado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Exatamente. Por isso a nossa indagação e a nossa preocupação sobre as colocações do ex-Chefe da Casa Civil, da relação que ele faz com a cidade de Porto Alegre quando diz que para o Prefeito Fogaça assumir a Prefeitura Municipal houve a necessidade de fazer muitas concessões para que se estabelecesse especificamente uma maioria absoluta nesta Câmara Municipal, o que a gente tem visto ao longo destes três anos.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Ver. Maria Celeste, V. Exª diz que um pequeno Partido precisa fazer concessões para que tenha a maioria. Agora, eu gostaria que V. Exª me explicasse como um grande Partido, como o Partido dos Trabalhadores, precisa comprar os Deputados na Câmara Federal?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Ver. João Antonio Dib, não vou aceitar uma provocação de V. Exª, vou continuar aqui levantando as questões, obviamente, que dizem respeito às insinuações colocadas especificamente neste ponto.

Eu lembro muito bem que na Legislatura passada, quando tentávamos apontar algumas questões nacionais, os Vereadores de oposição - que eram a maioria - buscavam conteúdos aqui da cidade de Porto Alegre, porque a Câmara Municipal deveria tratar desse tema. Não tem problema nenhum colocar os temas nacionais, os temas do Governo do Estado, especialmente numa crise, como a gente tem visto agora, essa crise institucional; agora, eu só fico preocupada com esses fatos gravíssimos, até porque nós tivemos, ao longo desses três anos, indicadores de que essas concessões faladas levaram à malversação de recursos públicos. E aí eu cito alguns exemplos: a megalicitação do DMLU, que foi anulada judicialmente; o edital de terceirização da iluminação pública, que também foi anulado; as interrupções nas obras do camelódromo; a suspensão temporária do contrato do Instituto Sollus, que está deixando todos os agentes comunitários e todos os profissionais dos PSFs da Saúde de Porto Alegre numa situação bastante precária, e a suspensão pelo Tribunal de Contas; as denúncias contra o ProJovem.

Enfim, várias situações apontadas na cidade de Porto Alegre nos suscitam questionamentos, causam-nos preocupações. E agora o ex-Secretário do Município de Porto Alegre, do Núcleo Central do Governo Fogaça, vai para o Governo do Estado e diz que a mesma questão que está sendo apontada no Governo do Estado também acontece na Prefeitura Municipal de Porto Alegre?! Nós queremos explicações sobre isso, porque somos Vereadores da cidade de Porto Alegre. Obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara e os presentes nas galerias da Câmara, antes de iniciar os assuntos sobre os quais me propus a falar neste período de Comunicações, queria primeiro relembrar à Verª Maria Celeste, que falou aqui rapidamente em relação ao ProJovem, dizendo que não tinha sido apurado o caso, que tanto uma auditoria feita pelo MEC mostrou que não houve nenhuma irregularidade em relação ao ProJovem, como também uma sindicância que foi instalada no período concluiu dizendo que não houve irregularidades em relação ao ProJovem; então queria responder à Verª Maria Celeste, que me antecedeu.

Um dos assuntos que eu trouxe para hoje e que me impressiona muito é - já coloquei há muito tempo desta tribuna - a questão da participação dos jovens na política brasileira, na história da construção deste País. A política sempre teve os jovens à frente, num papel protagonista nesse processo. As grandes transformações deste País sempre contaram com o apoio importante da juventude, seja em resistência ao Golpe de 64, à redemocratização do nosso País, ao impeachment do Collor; enfim, em vários momentos da nossa história, a juventude sempre protagonizou um espaço importante e definidor.

Tive em mãos uma pesquisa que nos chamou atenção, para nós que aqui ocupamos uma cadeira, um espaço importante no cenário político da nossa Cidade. Considerando jovens entre 16 e 17 anos, no período de 1992 a 2008, houve uma redução de 31,10% desses eleitores. Quer dizer que esses jovens, que poderiam tirar o seu Título Eleitoral, não tiraram. Não quiseram participar do processo político, dessa grande conquista da juventude, que é poder votar a partir dos 16 anos. Considerando de 16 anos até 20 anos, no período de 2000 até 2008, houve uma redução de 9,50%, passando de 12 milhões e 300 para 11 milhões e 100 os jovens que votam. E de candidatos também. De 18 a 29 anos, houve uma redução de 1,50%; de 21 a 24 anos, de 4,20%, inclusive em relação aos jovens filiados aos Partidos, o que significa uma diminuição - apenas 575 mil jovens para um montante de mais de 12 milhões que poderiam concorrer, ou seja, aqueles que se filiam ao Partido, somando apenas 4,07% de jovens aptos a concorrer nestas eleições. Enfim, é um cenário triste, embora a grande participação, a importância desse segmento, que tem uma grande fatia na população brasileira, hoje ele tem a sua participação política diminuída. Nós queremos aqui registrar que é importante que esta Casa também se manifeste nesse sentido, criando promoções e atividades que façam o jovem aqui participar e acompanhar o nosso trabalho.

Por fim, eu queria registrar o lançamento, pelo Prefeito Municipal, do Plano Diretor Cicloviário no último dia 28 lá na EPTC, já anunciando para este ano 18 Km de ciclovias, que pega o trecho da Sertório, o trecho da Av. Ipiranga e lá na Restinga.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Zacher, estou curioso para ver essa bicicleta andando na Av. Ipiranga. Eu quero ir à inauguração da ciclovia.

 

O SR. MAURO ZACHER: Eu já quero convidar o Ver. João Antonio Dib para participar da Audiência Pública e também estendo o convite a todos os Vereadores, é importante. No dia 25 de junho deste mês, às 19 horas, aqui no Plenário Otávio Rocha, nós iremos fazer uma Audiência Pública; eu convido V. Exª a participar desse grande debate. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini solicita Licença para Tratamento de Saúde na data de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, em função da impossibilidade de o Suplente Gerson Almeida assumir a Vereança.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, o Ver. Professor Garcia, Líder do Governo, está em viagem para Porto Alegre. Ele foi retido no Aeroporto de Florianópolis e está vindo de ônibus, por isso não está presente neste momento.

 

 O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado pela informação, nobre Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Vereadores aqui deste plenário, este período de Comunicações é um período no qual podemos tratar de algumas particularidades do interesse do ambiente político. Quem já foi um dia vitrine tem que cuidar porque também pode ser alvo de pedradas, e a Verª Maria Celeste, quando fez aqui a narrativa de alguns problemas que porventura tenha tido o Governo do Estado... Esse escândalo do Detran não é de “um” Governo, Ver. Haroldo, pois já está provado que passou por uma série de Governos do Estado, e foi necessária, assim como tenho acompanhado aqui nesta tarde, a determinação, a disponibilidade do Deputado Busatto de procurar a Assembléia, de procurar o debate, oferecendo condições mínimas para justificar ao povo gaúcho os problemas que estamos vendo no Governo do Estado. Mas, quando nós tratamos e fazemos analogia ao Município, há de se ter o cuidado, Verª Maria Celeste, porque a analogia pode incorrer em erro. Eu quero lhe perguntar: o que foi apurado da licitação do lixo? Qual o resultado? Qual foi o retorno que tivemos do Tribunal de Contas, Verª Margarete Moraes?

Eu quero dizer que vocês já tiveram, aqui nesta Casa, um Vereador condenado; um Vereador condenado a pagar pelo problema do lixo. E a nossa Administração, a Administração Fogaça, foi diligente no momento em que procurou o Tribunal de Contas para uma inspeção especial. Agora, o que me motivou mesmo a procurar esta tribuna, Verª Maria Celeste, foi uma analogia equivocada que V. Exª fez sobre a nossa licitação da iluminação pública, e V. Exª é uma Vereadora preparada, mas talvez, por falta de informações, acabou incorrendo nesse erro.

A minha profissão, a minha condição de estudo, de educação foram no sentido de procurar especialização em contratos de prestação de serviços no ambiente jurídico, oferecendo subsídios para formatar boas técnicas de apuração de resultado, de contratação de serviço e de consorciamento entre o Poder Público e a iniciativa privada. À época, foi suspenso um processo, e existe um Parecer, Ver. João Antonio Dib, do Sr. Geraldo Costa da Camino, Procurador do Tribunal de Contas, do Ministério Público Especial, por cautela. Depois de 15 dias, foi levantada a suspensão, porque não foi encontrada irregularidade alguma. E vou lhe trazer uma informação muito preciosa, Verª Maria Celeste: os preços aplicados pela licitação de Porto Alegre, preços do edital convocatório, que são preços-teto, estão 11 milhões abaixo do valor de mercado. Ou seja, com proficiência, a Prefeitura investe, vai contratar um grande serviço para a Cidade, assim como se tem mostrado a questão da limpeza na Capital.

E aqui o Ver. João Antonio Dib transcorreu sobre os problemas do “mensalão”, o Ver. João Bosco Vaz, que foi nosso colega da Prefeitura, lembrou o caso do Delegado Tubino. E eu quero lhe dizer, Ver. Dr. Goulart, diligente da Saúde, que nos resta ainda uma dúvida: um dos hospitais mais contaminados pela superbactéria é o Hospital Conceição, que, ao final do último Governo, Ver. Haroldo de Souza, teve uma transposição de recursos imediatos. Por que isso? Essa é uma pergunta que lhe resta também, Ver. Dr. Goulart. Então, ao mesmo tempo em que a Saúde de Porto Alegre atende a todos, recepciona todos os visitantes, todos os nossos clientes municipais, nós encontramos dificuldade naquilo que diz respeito a investimentos de Orçamento. Portanto, peço cautela e informação no momento em que falarem das questões da Prefeitura, porque aqui tem gente compromissada, uma Procuradoria ativa, e, se for de interesse de cada um dos senhores, as inspeções especiais do Tribunal de Contas são públicas, lá se pode ver o resultado que a Prefeitura vem tendo junto a esse órgão, que é o órgão fiscalizador de nossas contas.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrado o período de Comunicações. Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Solicito ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, boa-tarde a todos. O assunto “iluminação pública”, Ver. Maurício, é um bom debate; pode haver legalidade na licitação; agora, o que temos que discutir é por que a Prefeitura, a SMOV e a Divisão de Iluminação Pública, que sempre coordenou e gerenciou o trabalho - com empresas terceirizadas ajudando, é verdade, mas sempre coordenou -, vão abrir mão completamente desse serviço. A empresa contratada é que vai gerenciar, receber os pedidos de lâmpadas apagadas, de extensão e assim por diante, e a SMOV vai ficar praticamente excluída. Diz o edital que terá acesso ao sistema que a empresa ganhadora da licitação vai ter acesso, e isso com 32 milhões de reais para cinco anos. Eu não sei qual a referência que V. Exª tem para dizer que é 11 milhões de reais mais barato!

Esse mesmo processo, esse mesmo edital que foi montado por duas empresas, uma estrangeira e outra do Brasil, já foi suspenso em Olinda e em outra cidade do Brasil - o mesmo edital, um edital igual! E tem, no edital de licitação, lâmpada com o preço comparado ao preço de mercado, em loja, não é nem na fábrica, que é muito mais barato! É em loja, com 170% de superfaturamento! E no mesmo edital, em dois locais, há os 32 milhões para o Reluz , o que é importante, a gente não combate, mas os outros 32 milhões da manutenção têm valor muito maior um para o outro, comparando o mesmo edital. Como é que se explica isso?

 

O Sr. Maurício Dziedricki: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É importante isso, Ver. Guilherme Barbosa, para corrigir alguns equívocos....

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Pois, não; diga-me onde está o equívoco.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: Os 11 milhões de reais de diferença, a menor, do Orçamento da Prefeitura foi em cima de um orçamento constatado em sete grupos que têm fornecimento de equipamentos de iluminação pública, entregues ao Tribunal de Contas, mostrando que o edital trabalha com preços de mercado, abaixo do preço de mercado...

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Não foi isso o que o Sr. Geraldo Costa da Camino, Procurador do Tribunal de Contas, constatou: 70% a mais nas lojas que vendem os equipamentos...

 

O Sr. Maurício Dziedricki: Eu vou lhe trazer mais uma nova informação...

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Portanto, a primeira não confere.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: A gestão informatizada é a gestão de números, não de resultados. Resultados quem aplica é a Secretaria Municipal de Obras e Viação, mostrando, assim, que jamais vai ser permitida a privatização ou a terceirização desse tipo de serviço a controle da iniciativa privada. Portanto, Ver. Guilherme Barbosa, o que o Tribunal de Contas apontou é que está correto, levantou suspensão, e hoje tem um edital em curso, mostrando que os serviços de iluminação pública jamais se compararão a resultados aplicados nos Governos anteriores...

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Porque vocês faliram o serviço. Vocês faliram o serviço! E 11 milhões... Não há parâmetro nenhum, entendeu? Vossa Excelência não leu o edital! A SMOV vai ficar sem papel no próximo período se isso se concretizar; o Procurador vai recorrer à Justiça. O Tribunal levantou por 4x2, e um Conselheiro, infelizmente, que é indicado pelo PMDB, foi quem mudou de voto. Depois de conversas com V. Exas, ele declarou isso, depois que foi recebido pelas pessoas da SMOV. E a gente sabe o comprometimento político dele, ele se chama João Osório. Todo o mundo o conhece. Sabe, 4x2, mudou de voto, entendeu? Então, não tem justificativa! A SMOV, no período do Ver. Dib, quando Prefeito ou Secretário de Obras, também quando de outros ex-Secretários, sempre manteve a iluminação pública da Cidade em alto nível! Dois a três por cento das lâmpadas apagadas, que é um percentual universal! Vossas Excelências faliram o trabalho! Isso é uma prática antiga para privatizar completamente, é uma verdadeira privatização!

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme, em relação a esse tema, eu gostaria de contribuir com a sua excelente explanação. É, de novo, o modelo do DMLU: a dispensa de funcionários públicos para outras funções, subutilizados, equipamentos públicos - que nós sabemos que está acontecendo no DMLU -, é o que estão propondo fazer na SMOV, e abrir mão da gestão do serviço público estratégico.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Exatamente. Quem vai gerir completamente - isso está no edital - é a empresa que ganhar a licitação. E repito: o edital é igualzinho ao que já foi feito em outras cidades, que tem por trás - eu já disse e vou repetir - duas empresas: uma internacional e outra do País, que são as únicas que têm condições de ganhar. E aqui eu já disse o nome, está registrado nos nossos Anais.

Eu quero mudar de tema, passar para um outro assunto que é importante para a nossa Cidade. Há um Projeto assinado pelo Ver. Brasinha com mais dezoito colegas Vereadores com referência ao Estaleiro Só. A primeira coisa é: como V. Exª e os outros dezoito colegas tiveram a coragem de apresentar um Projeto com fotografia? Não é a fotografia de uma pessoa, é a fotografia de um escritório de arquitetura. É uma coisa vergonhosa, inclusive está na Exposição de Motivos, que fala assim (Lê.): “A apresentação do estudo preliminar Pontal do Estaleiro, na concepção de grandes composições, de autoria de Debiagi Arquitetos Urbanísticos...” e assim vai. É uma lei referenciando um Projeto de um escritório - importante escritório, de um dos profissionais mais qualificados de Porto Alegre e do Estado, Jorge Debiagi, que inclusive é meu amigo. Mas não é possível aprovarmos uma lei para um escritório de arquitetura! Seria a mesma coisa que aprovar uma lei para uma pessoa! Uma lei é um estatuto que define regras. E, se é regra, é regra para todos! Se por acaso o empreendedor, que é o dono da área, Ver. Ismael, decidir trocar o escritório, a lei que, por acaso for aprovada, já não vale, porque está ligada ao Projeto do escritório Debiagi. Inclusive, no Projeto que tramita, aparece a maquete eletrônica do Projeto do Debiagi Escritório de Arquitetura em primeiro lugar.

Em segundo lugar, o proprietário, quando ganhou o leilão, sabia as regras, já estavam estabelecidas as regras urbanísticas para a área de lazer e para a gastronomia. Depois que ele ganha a licitação, Ver. Dr. Goulart... Atrasado é quem pensa que construir um monte de parede de concreto é progresso, isso é atraso. Avançado é quem garante, mantém, preserva as suas Áreas Especiais. E aquela é uma área especialíssima da Cidade, na beira do Guaíba, na beira da água do Guaíba. Quem já entrou lá sabe que aquela é uma área especialíssima da nossa Cidade, a beleza que é aquilo, e não tinha possibilidade de residências. O Projeto vai permitir o que é uma verdadeira privatização da Ponta do Estaleiro, é um impacto ambiental e visual tremendo permitir que, naquela localidade, se construam edifícios de 14 andares! Isso é um escândalo! Um Projeto com fotografia, um Projeto que privatiza a região, um Projeto que dá um impacto violento. Por que será que o Prefeito Fogaça - e sua equipe, que examinou o Projeto por mais de ano - não apresentou o Projeto? Por que será? Por que será que deixou que alguns Vereadores, às vésperas das eleições, apresentassem esse Projeto? Por que será? Há muitas perguntas a serem respondidas em relação a esse Projeto. É uma privatização do local, é um impacto ambiental e visual tremendo, edifícios de 14 andares na beira do Guaíba!

E é atrasado quem acha que concreto é progresso; que coisa, que visão mais lamentável essa! Progresso é qualidade de vida, progresso é espaço para que todos usufruam, e não alguns que terão condições de comprar por valores altíssimos os apartamentos que lá serão construídos. Então nós queremos saber com mais cuidado isso que está acontecendo. Não era à toa que vinha, nunca mais ele veio aqui... Tinha um engenheiro em todas as nossas Sessões, ali acompanhando, era um lobista do empreendedor do Estaleiro Só, acompanhava as nossas Sessões, falando, falando com os colegas Vereadores. Há muitas perguntas a serem respondidas em relação a esse Projeto.

Há um outro tema que eu quero aqui abordar desta tribuna, Ver. João Antonio Dib. Na CEDECONDH nós temos recebido muitos assuntos sobre habitação, e o último foi de uma comunidade da Av. Assis Brasil, fica num beco chamado Beco Dona Lourdes, a comunidade está lá há mais de quarenta anos. A comunidade tinha um assessor jurídico que vinha acompanhando o processo de usucapião e outras coisas. Esse assessor jurídico, Ver. Dib, se transformou, a partir de 2005, no Diretor-Geral do DEMHAB e não se licenciou do escritório, nem deixou a ação - veja só que confusão dá misturar os assuntos privados com os assuntos do Estado! E o pior: nem largou o processo, nem agiu como devia. As pessoas estão ameaçadas de serem despejadas.

Procuraram o Presidente Sebastião Melo, que pediu a nossa presença e a do Presidente da CUTHAB, que não esteve na reunião, mas eu estive. Logo em seguida, fizemos uma reunião a pedido do Presidente Sebastião Melo. Mais uma vez, o DEMHAB não esteve presente, talvez porque o Nelcir Tessaro era, ao mesmo tempo, Diretor do DEMHAB e patrocinador da ação movida pelos ocupantes. Como o DEMHAB não veio, nós decidimos ir até o Paço Municipal. Depois de uma hora e meia, fomos recebidos pela Secretária Clênia, que ouviu e ficou espantada, fazendo com que se marcasse uma reunião com o atual Diretor do DEMHAB, Antônio Fernandes Moussalle. Mas ele também não foi à reunião. Nós ficamos estarrecidos, pois o Diretor do DEMHAB era o patrocinador da causa e não abriu mão enquanto era Diretor do DEMHAB, não agiu nem como Diretor nem como advogado, e agora há 47 famílias para serem despejadas. Nós estamos correndo atrás da Justiça, para ver se seguramos esse processo, senão serão quase 50 famílias a mais sem ter para aonde ir.

 

(A Verª Sofia Cavedon entrega um copo d’água ao Ver. Guilherme Barbosa.)

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado, Verª Sofia. Não é todo dia que a gente recebe a gentileza de uma colega Vereadora nos trazendo água.

Enfim, são assuntos que nós queremos trazer aqui na tribuna para os nossos colegas Vereadores, para a opinião pública de Porto Alegre, para dizer, em primeiro lugar, que nós temos que debater bastante essa licitação da SMOV e nos esforçar para que ela não aconteça, porque será a privatização, sim, do serviço de iluminação pública, que todas as outras Administrações conseguiram fazer com qualidade. Em segundo lugar: esse Projeto do Estaleiro Só. Há muitas perguntas para responderem, é muito estranho! O Prefeito estudou durante um ano e meio e decidiu não mandar; alguns Vereadores mandaram.Havia a presença daquela pessoa aqui, permanentemente, e, por último, analisem o impacto visual, ambiental enorme, privatizando um local especialíssimo. Quem já foi lá dentro sabe que é uma área especialíssima que poderá ser privatizada, sem falar que é um Projeto com fotografia de um escritório de arquitetura.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme, para V. Exª respirar! Esse tema do Estaleiro Só é deveras preocupante, eu tenho estudado juntamente com a Bancada, trata-se de uma operação consorciada, prevista no Estatuto da Cidade, por tamanho impacto que ela implica. E, veja, há mais um elemento percebido por nós no Projeto: ele reduz a destinação da área pública, que deveria ser de 20%, para 10% - mais isso! E, se a gente for olhar com cuidado, a operação consorciada deveria ser coordenada pelo Poder Público - a definição e aprovação do Projeto -, é mais um motivo para ser irregular a sua tramitação aqui.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sem falar que aumenta os índices construtivos, não é? Quando a área foi adquirida em leilão, era um determinado percentual de metros quadrados a serem construídos; o Projeto amplia muito mais. Ganhou o leilão com uma condição, agora os Vereadores querem dar outra condição, permitir que se construa muito mais do que antes, quando foi adquirida pelo proprietário. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Guilherme Barbosa.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; Vereadoras e Vereadores, temos quinze minutos, não sei se eu estava na reunião quando foram concedidos os quinze minutos para este espaço de Grande Expediente, mas acho que não vou usar todos os minutos.

Fiz uma seleção de assuntos para encaminhar e começo pelo Projeto que vamos votar, Ver. João Dib, nesta semana, o da retirada das carroças das ruas de Porto Alegre. Eu confesso a minha incompetência, porque li todo o Projeto, pedi que pessoas esclarecidas no assunto me ajudassem, e a parte que me cabe de incompetência eu estou pegando aqui, porque acho que oito anos para tirar as carroças das ruas de Porto Alegre não são oito dias nem oito meses, são oito anos: é uma incompetência de todos nós. Claro que vou votar, sim, porque não há outro Projeto. Aquele Projeto que está em fase embrionária na gaveta do Prefeito Fogaça poderia ser para dois, três anos, eu votaria também, mas infelizmente o Projeto não chegou ainda aqui. Esse outro eu voto, sim, porque não tem saída, não tem para outro... Eu estou aqui de coração aberto confessando a minha incompetência por não ter encontrado, ao ler o Projeto, uma maneira de retirar as carroças das ruas pelo menos em um ano. Imaginem, em um ano, nós todos, Vereadores, teríamos...

E aí voltam aqueles discursos que eu fazia quando eu chegava aqui no Plenário desta Casa, dizendo que todos os Partidos são rigorosamente iguais - todos, eu estou dizendo todos! - ao chegar ao poder. E só conseguiríamos fazer alguma coisa no dia em que terminasse essa história de uma oposição sustentada forte de um lado. Aqueles que se profissionalizam, se especializam, no caso o Partido dos Trabalhadores, levam uma ampla vantagem daqueles que, decididamente, não sabem fazer esse tipo de coisa. Então, de qualquer maneira, está aqui a minha posição, vou votar no Projeto das carroças para que elas saiam daqui a oito anos das ruas de Porto Alegre, mas confesso a minha incompetência por não ter encontrado uma maneira de diminuir esse tempo, que é de sofrimento para os animais nas ruas. E vejam o problema que essas carroças causam ao trânsito, vejam as crianças que as dirigem, coisas horrorosas que acontecem na cidade de Porto Alegre, coisas com as quais decididamente a gente não compactua.

Vocês são testemunhas da defesa que eu sempre fiz da mulher em todos os segmentos sociais e na política também. A Verª Margarete Moraes é testemunha disso, do meu sonho de ter na Presidência da República uma mulher; na Prefeitura de Porto Alegre, uma mulher; na Presidência do mundo - se assim fosse possível -, uma mulher; isso em função da sua formação biológica, da sua formação humana. É ela que nos dá a condição do amor e da vida e tem maior sensibilidade para tratar com os problemas. Por que eu estou dizendo isso agora?

Gostaria de falar sobre o problema havido entre o mau-caráter Paulo Feijó, Vice-Governador do Estado, e o ingênuo Cézar Busatto. Se é que podemos chamar de ingênuo um dirigente que há tanto tempo faz alinhavos e aproximações políticas. É a ingenuidade dele e mais o mau-caratismo, sim, do Paulo Feijó, Vice-Governador do Estado, a covardia dele, porque a maneira como foi feito o trabalho, a maneira como foi gravado aquilo ali é um problema muito sério. Eu tenho ligado para o Busatto, porque eu trato as minhas coisas de um modo individual. Eu sou do PMDB e nunca recebi dinheiro do Banrisul, do DAER, da “mãe do badanha”, sei lá de onde, para fazer as minhas campanhas eleitorais. Ah, não tirei, não ganhei nenhum santinho! Não tem nada a ver com o meu Partido, eu vou é na base do sacrifício, naquilo que é possível. Então ele está se explicando agora na CPI, lá na Assembléia Legislativa, e eu tenho certeza de que eu Busatto vai esclarecer aquilo que acontece aqui, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, em Minas e principalmente na República Federativa do Brasil, em que Lula armou todo um esquema. Quantos novos cargos foram criados ao longo desses anos em que Lula está na Presidência da República, armando a máquina e buscando também, através do Bolsa Família, a sua permanência eterna no poder?

Agora, eu aprendi com vocês mesmos, do Partido dos Trabalhadores, por isso vou ler uma reportagem, como vocês faziam antigamente aqui (Lê.): “Escolhida pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como favorita à sua sucessão em 2010, a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, está no centro de um novo escândalo, desta vez ainda mais grave do que permitir que dados sigilosos em poder da Casa Civil fossem utilizados para elaboração de um dossiê com os gastos do Presidente tucano Fernando Henrique. As novas denúncias contra Dilma extrapolam as disputas político-partidárias e apontam elementos concretos de que a Ministra usou poder político para interferir e facilitar, com mão pesada, bilionários negócios privados que dependem da aprovação de Agências Reguladoras. Na semana passada, em entrevista publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, a ex-Diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) Denise Abreu revelou que foi fortemente pressionada por Dilma e por sua Secretária Executiva, para que favorecesse o consórcio formado pelo fundo americano [...] e por sócios brasileiros liderados pelo empresário Marco Antônio Audi na compra da Varig e da VarigLog, um negócio de 240 milhões de reais. ‘Se não houvesse a pressão da Casa Civil, o negócio não teria sido concretizado’, afirma Denise. Mais do que detalhar os bastidores da intromissão indevida da Ministra” - do Lula - “na venda da Varig, a denúncia de Denise joga luz para um estilo muito peculiar de Dilma operar. Onde houve grandes negócios, da petroquímica à telefonia, passando pelo bilionário setor elétrico, Dilma esteve presente. E sempre como um trator.”

É evidente que a defesa que faço em prol da mulher na política e em todos os segmentos sociais tira fora Dilma Rousseff. Mas, se ela está ao lado do poder, ao lado de Lula, isso aqui também vai ficar da mesma forma, porque nada atinge o Presidente da República, e eu nem quero que o atinja. Eu não quero crise institucional no meu País. Eu não quero! Eu não quero problemas como tantos outros que já enfrentamos ao longo da história política deste País. Confesso, de coração, não quero! E as pessoas que se recordam de fatos sabem que o dia em que o Lula assumiu a Presidência da República eu disse aqui que seria um torcedor fervoroso dele, como dirigente máximo do País, porque o que me interessa é o Brasil. Mas, por favor, se essa denúncia da Dilma Rousseff...

É tema nacional, eu não estou querendo desviar o foco daquilo que está acontecendo em nosso Estado, absolutamente não estou, mas estou usando as mesmas armas que o Partido dos Trabalhadores usava quando estava na outra situação, na outra condição, de atiradores, ou de defensores, se assim se pode dizer na política, contrariando o meu jeito de pensar e de fazer política.

Dia 06 de julho começa uma campanha eleitoral, termina-se no dia 06 e apura-se. E no dia 07... Eu sei que é ingenuidade minha, claro que é infantilidade minha pensar assim, mas por que no dia 08 aqueles eleitos todos não se reúnem e vão trabalhar por Porto Alegre. Mas por que não? Seja quem for o Prefeito eleito, seja quais forem os 36 Vereadores eleitos, por que no dia 08 não vamos fazer uma festa de confraternização num lugar qualquer deste nosso lindo Rio Grande? E ali fazermos um pacto de dirigir a cidade de Porto Alegre, 36 Vereadores e o Prefeito, seja ele quem for. E deixarmos para os gabinetes, deixarmos para o interior dos gabinetes... Deixarmos, de preferência, o mau-caráter Paulo Feijó! E sem gravador. Sem gravador! Por favor, isso é uma covardia! É um mau-caratismo! É uma traição que se faz a uma pessoa, seja ela quem for. Seja ela quem for, isso não se faz! Não se faz porque essa pessoa perde toda a confiança! Que herói é esse? Que herói é esse que quer atravessar o deserto do Saara e atingir mais cedo o alto poder do Governo? Agindo dessa maneira, como Vice-Governador do Estado!? Mas esperem aí! Nós temos também que ter cuidado com tudo aquilo que falamos, é evidente que temos, mas temos que ter coerência também. O meu medo é que todos os segmentos estejam assim.

Vejamos a reportagem do jornal Correio do Povo de hoje (Lê.): “O subcomandante da Brigada Militar, Coronel Paulo Roberto Mendes, assume interinamente o cargo de Comandante-Geral da Brigada.” A Brigada, que nós amamos tanto. O anúncio foi feito pelo Secretário de Segurança Pública. “Assume no lugar de Nilson Nobre Bueno, que solicitou exoneração. Ele foi acusado pelo Ministério Público Militar de uso indevido de diárias e envolvimento em questões internas da Brigada”. Mas a Brigada também? Então é a Brigada, é o Governo, é DAER, é Polícia Federal, é Lula, é Dilma Rousseff... É tudo! Então, decididamente, tudo que nós estamos encontrando por aí são problemas e mais problemas. Quando eu disse que quinze minutos é demais, mesmo para este horário, é: cansa aquela pessoa que está na frente nos acompanhando. Assim acontece comigo, quando estou em casa e estou vendo um Senador falar ou até um companheiro daqui. Quinze minutos é tempo demais.

Tem aqui no celular um recadinho do Lula: “A Amazônia é como a água benta que tem na igreja: todo mundo acha que pode meter o dedo.” Não pode não, Lula! Não é como a água benta que todo mundo pode meter o dedo. Mas, por ser do nosso Brasil, a Amazônia, nós somos responsáveis por ela! É só isso, Lula. Que a Amazônia é nossa, nós sabemos. Agora, não seja tão ingênuo em simplesmente dizer que aqui na Amazônia ninguém vai meter o dedo. Vão, sim! Uma coisa é o Brasil colonial, quando se queimavam as florestas na Europa e nos Estados Unidos; se nós, tupiniquins, saíssemos daqui, invadíssemos lá e evitássemos que eles queimassem as florestas deles... Agora, que eles podem, sim, vir aqui... E vêm na porrada! Vêm no tiro! A gente sabe disso! Então, gente, vamos entender o seguinte: a Amazônia é, sim, território brasileiro, mas não vamos ser ingênuos; precisamos tratar, Sr. Presidente dos trabalhos, Ervino Besson, da Amazônia como se realmente ela fosse a coisa mais importante do planeta! Nós somos responsáveis por isso, Ver. João Bosco Vaz. Agora não adianta simplesmente falarmos. A Amazônia não é como água benta de igreja que todo mundo bota o dedo. Que história é essa? Claro que não! Agora, se nós não preservarmos a Amazônia, se nós não a mantivermos em condições de sustentabilidade do planeta, é evidente que os outros povos, em melhores condições, virão aqui para agitar.

E quanto àquela famosa guerra das águas, da água doce - que eu estou prevendo para 2040, 2050 -, nós teremos uma complicação bélica muito mais cedo. Vocês sabem que eu não estou exagerando, absolutamente em nada, naquilo que estou falando aqui.

E para encerrar - não vou usar mesmo os quinze minutos: por causa do ingênuo Busatto, por causa do mau-caráter do Feijó, por causa da Dilma Rousseff, que facilitou a venda da Varig, empresa rio-grandense, empresa gaúcha, empresa que todos nós amamos e que ninguém defendeu em Brasília... Ou vocês querem me dizer que o PT não tem participação direta no fim da Varig!? Claro que tem! Basta acompanhar os fatos que culminaram até agora com a existência da Varig e também com a não-existência da Varig. Por esses três motivos, alguém escreveu e disse, e só vou repetir: “Agora que tanta coisa está mudando” - Ver. Sebenelo -, “não está na hora de mudarmos também?” Reforma Política já!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

REQUERIMENTOS – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 049/08 – (Proc. Nº 3661/08 – Verª Sofia Cavedon) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 20 de junho, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 75º aniversário da presença das missionárias da Congregação do Apostolado Católico – Irmãs Palotinas, no Brasil. (Incluído em 09-06-08.)

 

REQ. Nº 050/08 (Proc. nº 3711/08 Verª Maristela Meneghetti) requer que o Período de Comunicações do dia 23 de junho seja destinado a assinalar o transcurso do 80º aniversário da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação, em bloco, o Requerimento n° 050/08, de autoria da Verª Maristela Meneghetti, e o Requerimento n° 049/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

 

REQUERIMENTOS – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 247/05 – (Proc. nº 6600/05 – Ver. Dr. Goulart) – requer a constituição de Comissão Especial para elaboração de proposta de Plano de Carreira para os profissionais de saúde do Município de Porto Alegre. (Incluído em 25-10-06.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 247/05. (Pausa.) O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 247/05.

 

O SR. DR. GOULART: Meu muito querido Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu acho que o Legislativo fazer um plano de carreira e encaminhar para o Executivo não é um bom começo para quem quer atingir o objetivo nesse sentido, mesmo porque isso poderá demandar gastos, e estamos cansados de saber que só pode trabalhar com projetos que necessitem recursos o Executivo. Eu solicitei, há tempo, a formação de uma Comissão entre o Legislativo, o Executivo e as entidades de Saúde, os sindicatos e o Conselho, para que a gente possa estudar um caminho para o plano de carreira da Saúde, e aqui eu falo da Saúde no seu todo. Mas vamos falar dos médicos.

Os professores do Município têm plano de carreira e se sentem bem na sua profissão. Os médicos não têm plano de carreira no Município, nem no Estado, nem na Federação; sequer no constitucional sistema chamado SUS há plano de carreira. Eles são obrigados, pelo salário aviltante que recebem, a trabalhar em três, em quatro lugares para poderem manter um status mínimo que lhes permita fazer cursos de atualização de vez em quando, que lhes permita comprar livros de atualização de vez em quando; dificilmente se encontrará um médico que trabalhe em um lugar só. Existem alguns médicos que trabalham em seus consultórios apenas, mas que se tornam, cada vez mais, exceção, e serão exceção. Como os jornalistas, diz o Ver. João Bosco Vaz, que têm cinco empregos, os médicos também têm muitos empregos.

Então, eu imagino que uma Comissão vinda da Câmara, com o Executivo, com as instituições e os sindicatos, poderá estudar uma maneira de fazer um plano de carreira, porque não é possível um médico trabalhar 35 anos e continuar ganhando o mesmo salário; ele, depois que galgou 35 anos de experiência, depois que fez mestrado, doutorado, pós-doutorado no estrangeiro ou aqui mesmo, continua com o mesmo salário. Não há incentivo para que a carreira seja melhorada no sentido científico, no sentido cultural, simplesmente os médicos passam pelo trabalho da saúde e ali deixam a sua experiência, e ali deixam a sua própria saúde, e ali enfrentam plantões noturnos, enfrentam sábados, domingos longe das famílias, sem que exista uma sinalização por parte do grande empregador da Saúde, que é o Governo. O Governo é o grande empregador de médicos e demais funcionários da Saúde, e ele não pode tratar a sua jóia preciosa, que é o funcionário público, de maneira tão negligente, de maneira tão esquecida, de maneira tão parva.

Então, eu solicito aos meus Pares que aprovem a Comissão Especial de estudo de plano de carreira para os profissionais da Saúde do Município, principalmente dos médicos, porque agora os sindicatos já têm um esquema, já estudaram bastante nesses anos e poderão levar suas reivindicações para a Mesa de negociação. Por favor, precisamos dessa Comissão Especial.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 247/05.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; queria saudar aqui a iniciativa do Dr. Goulart, Vereador desta Casa, que propõe uma Comissão Especial para elaboração de proposta de plano de carreira para os profissionais da Saúde do Município de Porto Alegre. Eu creio que, para todos nós, elaborar uma comissão é uma das funções que nós temos que, inclusive, reforçar aqui nesta Casa, Ver. Dr. Goulart. Mais do que isso, nós devemos valorizar o funcionalismo em seu todo, o funcionalismo está aguardando uma sinalização positiva do Governo com intuito de ampliar uma proposta que contemple as suas necessidades, que é a valorização do funcionalismo em um plano de carreira pelo tempo que ele exerce como trabalhador. Mais especificamente na Saúde, como V. Exª aqui está elencando, nós presenciamos fatos que são lamentáveis: em vez de uma promoção, de uma valorização, de um incentivo, não se dá, de fato, nem mesmo aquilo que lhe é de direito, a exemplo do agente comunitário.

Nós temos, sim, que desenvolver políticas municipais públicas na área da Saúde e outras que venham a fazer com que o trabalhador, principalmente o funcionário público, esteja motivado a exercer aquela função, porque ele é, sem dúvida nenhuma, um grande celibatário, Ver. Dr. Goulart, porque dá ali a sua vida, principalmente o trabalhador da Saúde, em defesa da vida humana. Muitas vezes, muitos deles acabam se picando com uma agulha infectada, simplesmente porque participaram de uma urgência, em que foi preciso fazer aquilo, portanto ele assumiu a sua função com uma enorme veemência de amor àquilo que faz.

Então, é valorizar os profissionais, que, por sua vez, independente do salário que ganham, atuam anos e anos e, ao chegar a aposentadoria, acabam se aposentando com um salário muito baixo, o que faz com que esse cidadão continue trabalhando, embora aposentado; durante um longo trajeto da sua vida, como funcionário público, mais específico na área da Saúde, ele não teve a valorização merecida. Portanto, a criação de uma Comissão Especial vai reforçar a falta de política pública àqueles que estão ali dedicando a sua vida em prol da vida humana.

Nesse sentido, tenho certeza, Dr. Goulart... Inclusive, lembro muito bem de que houve, no ano passado, algumas funções dentro do funcionalismo que ganharam algum benefício. Não podemos discriminar: se existe para alguns, tem de estender para outros. Essa Comissão tem de apontar para isso, sem discriminação, e trazer o benefício para todos. Nós, que atuamos na área da Saúde, percebemos diariamente que isso é necessário. Tivemos aqui, em anos anteriores, Comissões Especiais que trataram dos PPDs, da Educação, e foram elencadas, para o Governo Municipal, inúmeras sugestões e propostas, mas, infelizmente, o Governo não as implementou.

Então, fazer uma Comissão Especial sem que ela tenha, de fato, vida, voz, direito ou que algumas coisas sejam implementadas não passaria de um mero discurso. Temos de ter a certeza de que algumas coisas nesse processo - a Comissão durará três meses - tenham o comprometimento do Poder Público no sentido de ele elaborar políticas de inclusão e valorização, no caso, aqui, trata-se de um plano de carreira, cargos e salários para funcionalismo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 247/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, os 36 Vereadores são a síntese democrática de todos os cidadãos porto-alegrenses, e, em nome dos cidadãos, são os guardiões da lei.

Eu não digo que não seja necessário um plano de carreira para os médicos; é necessário, mas nós somos os guardiões da lei. E a Lei Orgânica do Município é a nossa Constituição, sobre a qual juramos dar cumprimento. E o art. 34 da Lei Orgânica do Município diz que, fixada a isonomia de vencimentos, será vedado conceder aumento ou reajuste de vencimentos, ou realizar reclassificações - portanto, plano de carreira - que privilegiem categorias funcionais em preterição a outras, devendo as correções ou ajustes, sempre que necessários, em razão das condições da execução de trabalho, serem feitos quando da revisão geral do sistema. A última revisão geral do sistema tem duas décadas, e, ao longo dos 16 anos em que o Partido dos Trabalhadores esteve na Administração, várias vezes foi solicitada uma reclassificação do plano classificado de cargos para todos. Fizeram, sim, para os Procuradores; fizeram para os agentes fiscais; fizeram uma série de vantagens para alguns, desrespeitando a lei, contrariando a Lei Orgânica, mas com o voto da maioria dos Vereadores desta Casa, não com o meu.

Nós não podemos fazer agora a mesma coisa que a Procuradoria do Município - que é a guardiã da lei para o Prefeito-, que, em nota pública e paga, critica o Prefeito por não mandar para a Casa um Projeto de reclassificação, um plano de cargos, um plano de vantagens apenas para os procuradores. Nós temos a responsabilidade, sim, de fazer com que a lei seja cumprida, mas não podemos determinar o momento em que o Prefeito fará uma reclassificação, um reexame da situação de todos os servidores municipais. Agora, nós também temos que declarar que, nos 16 anos da Administração autodenominada popular, o número de servidores cresceu uma enormidade, muito mais do que o crescimento da Cidade, sem deixar de considerar - não podemos deixar de considerar - que os serviços foram terceirizados no DMAE, na SMOV, no Departamento de Limpeza Urbana, no DEP; na própria SMAM muitos dos serviços foram terceirizados.

Portanto, os recursos de que a Prefeitura dispõe, na forma da Lei de Responsabilidade Fiscal, não dão muita margem para que se faça o que pretende a Procuradoria, e o que agora pretende o nobre e querido Ver. Dr. Goulart. Eu acho que nós precisamos fazer o exame de todo o corpo funcional da Prefeitura, achar as condições para que se possa melhorar a receita, melhorar a arrecadação e, portanto, mudar o índice de participação de pessoal na composição das receitas do Município. Por enquanto eu não vejo horizonte para isso. De qualquer forma, é meritória a preocupação do Ver. Dr. Goulart. Talvez isso leve o Executivo a pensar: “Precisamos fazer uma revisão no plano classificado de cargo, que já tem mais de duas décadas”. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 247/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, com toda a certeza nós temos alguns Vereadores aqui nesta Casa - não são muitos, mas são três - que têm total autoridade para falar em Saúde no Município de Porto Alegre: o Dr. Goulart, que é o autor desta proposição; o Ver. Cláudio Sebenelo, meu companheiro de Bancada, e o Ver. Dr. Raul, que é da Bancada do PMDB - são três médicos. Eu vou colocar aqui o Ver. Oliboni, muito embora o Ver. Oliboni não seja médico, seja apenas alguém que trabalhou e trabalha também no campo da Saúde. Então estes três Vereadores, como médicos, têm mais do que autoridade para falar em matéria de Saúde.

Ver. Dr. Raul, V. Exª sabe o carinho que tenho por V. Exª, pela sua inteligência, por tudo aquilo que V. Exª representa no campo da Saúde, mas o que nós não podemos, Ver. Dr. Raul, aqui como Vereadores, é criar falsas expectativas. Se criamos uma Comissão Especial para tratar de um plano de carreira, nós estamos, acredito eu, indo além daquilo que estão esperando de nós e que nós podemos fazer. Imaginem V. Exas que nós vamos fazer a Comissão Especial, vamos tratar e propor um plano de carreira que seja maravilhoso na nossa concepção e na concepção dos médicos, mas não cabe aos Vereadores, não está em nenhum Plano Diretor, não está em nenhuma Lei Orgânica do Município, não está em nenhuma Legislação do Município que essa responsabilidade ou que esse direito seja dos Srs. Vereadores. Nós, Verª Sofia Cavedon, muito embora possamos criticar o Executivo por não ter um plano de carreira à altura dos profissionais da Saúde, Ver. Dr. Raul, mesmo que estejamos desgostosos por não haver um plano de carreira, o que podemos fazer é uma pressão sobre o Executivo, Ver. Dr. Goulart - e V. Exª tem toda a legitimidade para fazer isso -, para que o Executivo prepare um plano de carreira à altura dos profissionais que servem à Saúde no Município de Porto Alegre.

Agora, se fizermos aqui uma Comissão Especial, Ver. Dr. Dib, vamos criar, primeiramente, uma expectativa no coração de cada um dos profissionais da Saúde, algo que não podemos fazer, não devemos criar. Essa expectativa que vamos criar é uma falsa expectativa, porque não cabe a nenhum de nós, Vereadores desta Casa, fazer plano de carreira; podemos até votar e votamos os planos de carreira, mas não cabe a nós, Vereadores, fazer os planos de carreira, apresentá-los como projetos de lei.

Então, com todo o carinho que tenho pelo Dr. Goulart - um dos Vereadores mais qualificados deste Plenário e que, com toda a certeza, enobrece a classe dos médicos -, apesar de todo esse carinho, vou pedir licença ao Ver. Dr. Goulart, que é autor desse Requerimento, para votar contrário ao Requerimento, porque tenho certeza absoluta de que o senhor também não gostaria de causar uma falsa expectativa nos seus companheiros, que prestam o serviço de saúde no nosso Município. Por tudo aquilo que já fez em matéria de Saúde no nosso Município, por todo trabalho que já fez em prol do nosso Município, tenho certeza absoluta de que V. Exª não iria gostar de causar uma falsa expectativa, fazendo essa Comissão para estudar plano de carreira aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. O Ver. Guilherme Barbosa disse que vai assinar embaixo deste pronunciamento.

Acredito que temos que gastar o nosso tempo aqui na Câmara Municipal para que seja feito aquilo que é realmente importante, que vai causar efeito na sociedade. O Ver. Dr. Goulart, que tem tanto trabalho em prol dessa comunidade, com toda certeza vai concordar comigo quando perceber que essa Comissão não faria absolutamente nada a não ser criar essa expectativa, que não seria boa no seio das pessoas que trabalham com Saúde no Município de Porto Alegre.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 247/05.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, quanto a este assunto, plano de carreira para a área da Saúde no Município - até no Estado -, já há alguns anos eu me debruço sobre ele tentando transformá-lo numa realidade. Por que isso? Especificamente na área do Município de Porto Alegre o que acontece? Desde 1995, 1996, Porto Alegre passou a ter a sua Saúde na gestão plena, ou seja, passou a administrar os recursos da cidade de Porto Alegre. O que aconteceu? Com a municipalização, os profissionais que trabalhavam no Estado e, através do Ministério, nos órgãos públicos municipais foram municipalizados. Criou-se uma situação na qual, no mesmo local, nós temos, fazendo as mesmas coisas, médicos e profissionais de nível médio, técnicos de enfermagem, administrativos, enfim, que recebem valores diferenciados. Não existe hoje um plano de carreira efetivo para a área da Saúde Municipal e muito menos para esses profissionais que eram vinculados ao Ministério ou à Secretaria Estadual de Saúde. Nós precisamos enfrentar objetivamente essa questão.

Eu acredito que o Projeto do Ver. Dr. Goulart tem méritos. Não sei se o caminho, realmente, seria através de uma Comissão Especial desta Casa, mas é uma maneira de encaminhar o processo. Agora, precisamos da parceria forte do Executivo nessa matéria. Aqui, nós mesmos encaminhamos um Projeto de Lei também no sentido da parcela autônoma do SUS, que é paga aos profissionais que trabalham lá na base, como um complemento, principalmente diferenciado para os profissionais de nível médio, que chegam a dobrar os seus salários em função dessa parcela. O que ocorre hoje? Esses profissionais, muitas vezes, vão trabalhar além do que poderiam. Eles teriam que se aposentar, mas não conseguem se aposentar em função de que perdem esses valores com a aposentadoria; seus salários caem, às vezes, a menos da metade do que recebem na ativa, o que traz um descontrole total na família, e a pessoa acaba trabalhando além da idade, doente, enfim, e isso aumenta em muito o índice de absenteísmo, o índice de pessoas que estão em perícia médica.

Então, o que nós queremos efetivamente? Queremos que a área da Saúde seja valorizada. Desde 1996, quando foi municipalizada a Saúde de Porto Alegre, a própria lei criou naquele momento o Conselho Municipal de Saúde para fazer esse controle, assim como criou o Fundo Municipal de Saúde, também para fazer o controle. E é prevista na legislação a criação de um plano de carreira, de cargos e salários, para os profissionais da Saúde que trabalham fazendo as mesmas coisas na rede do SUS. Precisamos enfrentar essa matéria e já estamos há mais de dez anos atrasados nisso, o que é um absurdo, porque as pessoas lá não estão tendo oportunidade de ascensão funcional, recebem salários baixos, salários que não têm o devido reajuste, elas não têm a possibilidade de uma qualificação maior em função do tempo de serviço, em função de diplomas que tenham adquirido no decorrer do tempo, de qualificação profissional. O profissional de Saúde cada vez vai sendo mais desvalorizado, passa a ter quatro jornadas de trabalho, muitas vezes em locais diferentes e ainda é cobrado como se estivesse fazendo alguma coisa errada.

Então, nós temos que enfrentar essa matéria, trazer isso para a Secretaria de Saúde do Município, trazer isso para esta Câmara de Vereadores, para que possamos chegar a um denominador comum e não esperar, por exemplo, um Projeto que existe na Câmara Federal, que vai fazer um grande programa de cargos e salários em nível nacional para quem trabalha no SUS. Esse é um Projeto que vai demorar muito tempo ainda, que já teve idas e vindas, mas nós, aqui no Município, podemos fazer a nossa parte e transformar em verdadeiro um plano de cargos e salários para os profissionais da Saúde no Município de Porto Alegre. Saúde para todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Luiz Braz, o Requerimento nº 247/05, de autoria do Ver. Dr. Goulart. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Temos 11 votos SIM; 02 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES, num total de 16 votos. Portanto, está encerrada a Ordem a Dia.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, eu estava digitando e não consegui...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está registrado. De qualquer maneira, não altera, porque totaliza 17 votos.

Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maria Luiza, que solicita a retirada de tramitação do PLL nº 292/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, notadamente os últimos momentos que estamos vivenciando, de não tão nova pauta... A pauta, infelizmente, é antiga, mas parece que a cada dia temos uma nova surpresa. Digo isso sem nenhuma arrogância, sem nenhum motivo de felicidade; ao contrário, digo isso com uma tristeza profunda, porque o que resta para a nossa sociedade é, muitas vezes, Sr. Ivo, líder comunitário de nossa Cidade, uma vergonha profunda, uma dor que cala profundamente por ver tantos - não só de um lado, mas de muitos lados - envolvidos com aquilo que deveria estar sendo investido em nossa sociedade.

Muitas vezes nós debatemos aqui nesta tribuna a questão do financiamento das campanhas eleitorais, as relações dos Partidos com as instituições, mas o que vemos é que hoje, infelizmente, o que está em jogo não é apenas a questão de uma campanha eleitoral, porque a perversão e o uso da máquina e do dinheiro público têm-se dado constantemente, têm sido uma prática corriqueira, pela qual as pessoas querem enriquecer. E aí eu me pergunto se de fato é apenas a modificação na questão do financiamento. Qual seria o regramento a fim de que pudéssemos estancar a vergonha e a desonra que vivenciamos e o fato de ter que conviver, em todos os lugares aonde vamos, como se igual fôssemos?

Lembro que, quando tomei decisões políticas na minha vida, partidariamente falando, alguém certa vez disse: “Saltou do barco”, e eu pensei: “Não saltei de barco algum, porque, quando a gente está na construção de algum Partido, nós acreditamos” - eu ainda sou daquelas que acreditam no viés ideológico, na retidão de princípios, e o que a gente faz aqui tem que corrigir, porque há caminhos tortuosos em muitos lugares. Na discussão que tivemos no PCdoB, avaliamos que o PCdoB é um Partido que não tem problemas em fazer alianças, porque, às vezes, alguns Partidos dizem que não querem, mas acabam fazendo alianças e, ao se depararem com essas situações, abalam-se. Muitos usam a tribuna, enchem o peito para dizer: “Viu, nós sempre avisamos!” Infelizmente, esse caminho muitas pessoas já trilharam ou, se não trilharam, não assumem o que os próprios Partidos fizeram.

Essas situações são muito caras para todos nós, principalmente para aqueles que sempre trilharam o caminho das comunidades, porque nós, Ver. Sebenelo, não fazemos o financiamento, inclusive das lideranças. Aliás, temos visto exatamente isto: pessoas que nunca apareceram nas comunidades agora estão lá financiando as pessoas dessas comunidades, seguindo os exemplos que vêm de cima! Exemplos em que as pessoas não têm mais compromisso com a moralidade, estão-se vendendo. Estão fazendo contratos não-assinados para os financiamentos de campanha, e isso nós estamos sentindo lá nas comunidades. As pessoas estão vendendo seus passes, sim. Nós estamos acompanhando atentamente, e eu estou fazendo este pronunciamento para depois não dizerem que nós não avisamos. Estamos acompanhando atentamente, porque queremos ver se aquelas pessoas que estão sendo financiadas farão a prestação de contas. Então, essas pessoas que se acham tão espertas - e aqui ninguém é “Joãozinho do passo certo” - nós estamos mapeando atentamente, porque tudo isso vai sair muito caro, muito mais caro que os financiamentos públicos que estão sendo feitos.

O TRE tem que estar atento a isso, porque, se a propaganda política não pode mais ser feita em muros, ou em banners, ela está sendo feita por contratos descarados com as lideranças comunitárias, dentro das comunidades. Nós vamos esperar o início da campanha eleitoral e vamos, a cada semana, ver se isso está sendo comunicado ao TRE. Nós fizemos um mapeamento e estamos construindo as provas necessárias para comunicar ao TRE, porque não é possível, Ver. João Antonio Dib, depois que acontecem as desgraças, que as pessoas venham dizer: “Pois é, eu sabia, não queria falar”. Então, vamos estar atentos aos fatos que estão vindo à tona, porque são graves e se tratam de uma questão de princípios, e, em se tratando de princípios, tem de valer para todos. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, o Rio Grande do Sul, hoje e durante todo o fim-de-semana, assiste e assistiu, estarrecido, à derrubada da máscara do novo jeito de governar. Basta querer saber, basta abrir o jornal ou ouvir o rádio, qualquer criança percebe a degradação moral e administrativa do atual Governo do Estado do Rio Grande do Sul. E esse novo jeito de Governar de “novo” não tem nada, porque se trata da velha coalizão do Governo Britto, que liquidou o patrimônio público do Estado do Rio Grande do Sul! E essa destruição do patrimônio público é a origem, é a causa da crise por que o Rio Grande do Sul passa.

Todo o Rio Grande do Sul ouviu - e não é versão, não é interpretação - a própria voz do então Cézar Busatto, Chefe da Casa Civil! A própria voz dele, e não é versão. É o chefe, o mentor do Pacto pelo Rio Grande, o mentor intelectual, o mentor e articulador, o principal do Governo Fogaça, o supersecretário, que sempre teve mais poder que o próprio Vice-Prefeito! E essa pessoa foi convidada para salvar, num passe de mágica, o desgoverno do Estado do Rio Grande do Sul. Todo o Rio Grande ouviu a voz do Secretário Busatto falando baixinho ao Vice-Governador, dizendo que o Detran, que o DAER, que o Banrisul eram financiadores dos Partidos, que ajudam e ajudaram a eleger governadores.

E a CPI do Detran e a Operação Rodin, da Polícia Federal, já provaram que houve um roubo e um rombo de 40 milhões, e há quarenta indiciados pela Polícia Federal para responder por roubo, por desvio de dinheiro e formação de quadrilha. Nós poderíamos ironizar, ou responder como diziam aqui que havia “Ali Babá e os 40 Ladrões”, a “Rainha de Sabá e os 40 ladrões”, mas achamos que a crise é muito séria, Ver. Haroldo de Souza, porque, segundo o ex-Chefe da Casa Civil, Sr. Cézar Busatto, o Prefeito Fogaça obrigou-se a fazer concessões entre os Partidos para obter maioria na Câmara Municipal de Porto Alegre e ter seus projetos aprovados. E Porto Alegre agora quer saber, Verª Sofia Cavedon, quais são essas concessões. E nós, olhando nos olhos dos Vereadores e Vereadoras da situação - que não nos olham agora -, queremos dizer que, nos 16 anos, com a cabeça erguida, nunca compramos ninguém. Nós respeitamos a oposição. Nós exigimos respeito, somos oposição, queremos respeito e temos direito a ser oposição. Os projetos devem ser aprovados ou rejeitados pelo mérito de cada projeto, e não por favorecimento ou estabelecimento de quaisquer formas de concessões.

Eu acho, por exemplo, que o Ver. Maurício Dziedricki - que faz questão de não me ouvir - deveria ter a grandeza e a dignidade de reconhecer que a situação é gravíssima. Não é grave - nós estamos falando do Governo do Estado e também da Prefeitura de Porto Alegre -, é gravíssima! É uma crise sem precedentes na história do Rio Grande do Sul. E consideramos que esse aliancismo fisiológico, que não tem nada em comum entre os Partidos, que não tem nenhum projeto em comum, por meio do qual cada órgão, cada Secretaria vai de acordo com aquele Partido, desestruturou o Governo do Estado. Quando ouvimos a fala, pelo celular, de CCs do Governo do Estado, ainda na quarta e na quinta-feira, vimos pessoas sem o menor respeito pela instituição do Palácio Piratini, usando palavras de baixo calão em relação à Governadora. Como é que um Cargo de Confiança da Governadora chama daquilo que chamou a sua Governadora, chama daquilo que chamou a sua Governadora, sem respeito? Nós assistimos, estarrecidos, ao Vice-Governador gravando o Secretário da Casa Civil, porque não confiava nele; nós ouvimos o Secretário da Casa Civil assediando moralmente o Vice-Governador. Ninguém se manifestou sobre o conteúdo da fala do Cézar Busatto; esta é a questão: o conteúdo da fala.

O Ver. Haroldo falou do Partido dos Trabalhadores como um todo, sempre falam no Partido dos Trabalhadores como um todo; quando acontece um problema, aí são pessoas. E agora é importante dizer: acho que o senhor tem razão, o Cézar Busatto é dirigente do PPS, é do PPS; ele disse que o Detran era do Partido Progressista, era do PP, e que o Banrisul era do PMDB. Então, essa fala revela o modus operandi de um Governo, do Governo do Estado e da Prefeitura de Porto Alegre, que têm, em comum, a figura de Cézar Busatto. Nós, a Verª Sofia, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos apresentando um Requerimento ao Presidente Sebastião Melo, convidando o ex-Secretário, o cidadão Cézar Busatto, para dar explicações nesta Casa, porque ele se referiu à cidade de Porto Alegre, e a cidade de Porto Alegre exige essas explicações. Obrigada, Ver. Sebastião Melo.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria de ler o que a Folha de São Paulo chama, Ver. Dr. Raul, de caso Varig, expondo a promiscuidade dentre Governo e empresariado (Lê.): “A acusação de Denise Abreu de que a Ministra Dilma Rousseff fez ingerências descabidas na venda da Varig abre a oportunidade de investigar outro exemplo da promiscuidade muito mais grave. É a armação da compra da Brasil Telecom pela Oi/Telemar, por intermédio de violências administrativas do Governo Lula contra a lei em vigor. É improvável que se encontre, na histórica improbidade administrativa brasileira, uma articulação mais cínica entre Governo e negócios privados”.

Há muito se fala desta tribuna que o Partido dos Trabalhadores e o Governo Lula têm o monopólio do patrimonialismo, isto é, misturando o dele com o dos outros, Ver. Bosco. Essa mistura dele, do Partido dos Trabalhadores com o dos outros - e o Governo, que é público, é de toda a Nação brasileira -, gerou episódios gravíssimos, como o dos Correios e Telégrafos, até hoje não terminado; como o “mensalão”, como situações da maior gravidade. Agora, então, a transação da VarigLog é vergonhosamente protegida por exigência da Ministra Dilma Rousseff. Li a chamada de capa do jornal Folha de São Paulo dizendo que é uma das mais cínicas articulações entre Governo e negócios privados. Então, o que Busatto diz, o que Paulo Feijó diz é exatamente essa promiscuidade que está sendo abominada por todos os Partidos: nós não queremos mais essa promiscuidade!

Só que lá em Brasília continua exatamente igual, continua, inclusive, interferindo diretamente, enriquecendo Partido, enriquecendo políticos do Partido dos Trabalhadores, enriquecendo uma máquina feita, um Governo que é altamente corrupto, o mais corrupto de todos os Governos da história do País, e, evidentemente, nós não queremos que isso se repita no Rio Grande do Sul. Sob qualquer acusação, a pessoa é imediatamente demitida! Quantos Secretários já foram demitidos por qualquer tipo de acusação? Qual acusação pesa sobre a Governadora? Por que uma Vereadora nossa chega aqui com: “Fora Yeda, chega de corrupção”?

Então, vamos fazer o seguinte: quantas vezes fizeram uma barbaridade com o Fernando Henrique - “Fora, Fernando Henrique!” -, e não havia nenhuma corrupção! E a barbaridade que estão fazendo neste momento, de uma forma que não pode ser contra o Regimento aqui dentro deste plenário? Pois é exatamente isso que nós queremos registrar como uma das maiores falcatruas da história do Brasil, dito não por mim, mas por articulistas da Folha de São Paulo, que flagram dentro do Palácio do Planalto uma das vergonhas maiores da história deste País, protegendo inclusive parentes e pessoas das relações do Sr. Lula da Silva, isto é, o advogado particular do Presidente da República envolvido numa das transações mais prostituídas da história deste País.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Um Requerimento da Bancada do Partido dos Trabalhadores chega à Mesa, eu peço atenção dos Srs. Vereadores (Lê.): “Sr. Presidente, diante das declarações do Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Sr. Cézar Busatto, ex-Secretário Municipal de Coordenação Política e Governança Local, nas gravações apresentadas e veiculadas pela imprensa no dia 6 de junho de 2008; considerando-se por esse fato gravíssimo a referência feita de que também na Prefeitura de Porto Alegre, tendo sido o Prefeito José Fogaça eleito por um Partido pequeno, foi preciso fazer concessões, loteamento de cargo para obter maioria no Parlamento; nesse sentido, solicitamos que esta Casa Legislativa, através de sua Mesa Diretora, convide o Sr. Cézar Busatto a vir ao Legislativo Municipal com urgência para prestar esclarecimentos quanto às referidas declarações.”

Primeiramente, eu determino autuação do Requerimento e as diligências necessárias, porém faço uma preliminar. Se não estou equivocado, Srª Líder e demais Vereadores do PT, a Mesa pode convidar autoridades, e o Sr. Cézar Busatto não é mais autoridade neste momento, não é mais Secretário. Portanto, parece-me que o expediente, salvo melhor juízo, não deve ser este. Mas, em todo o caso, estou determinando autuação e as diligências necessárias.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, uma Vereadora desta Casa, vinculada ao PT, está carregando um dístico ofensivo à Governadora deste Estado. Uma vez que nós estamos em período eleitoral e o Partido dessa Vereadora sempre utiliza essa frase, que ela carrega no seu peito, para as campanhas eleitorais... Eu pergunto a V. Exª se já abrimos o período eleitoral e se a Vereadora pode iniciar a sua campanha e a campanha do seu Partido, que sempre foi baseada em termos chulos, em atacar outras pessoas, tentando diminuir autoridades e fazendo com que aquilo que acontece no seu Partido, de sujeira, de podridão, fique escondido para que ninguém possa ver. Se essa Vereadora pode fazer isso, nós também vamos carregar aqui no nosso peito frases como: “Fora, Olívio! Fora, Diógenes! Fora, Lula!” ou “Fora todos aqueles que se venderam ao ‘mensalão’!”, ou coisas assim, que ficaram muito ruins para esta República. Peço respeito uns aos outros aqui nesta Câmara, porque, afinal de contas, essa Vereadora não pode continuar atacando a honra de pessoas sem ter nenhuma prova.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Sebastião Melo, em respeito à indignação dos Vereadores do PSDB, não usarei o adesivo, mas quero informar que o adesivo é assinado pela CUT, não pelo PT. Os movimentos sociais estão exigindo, sim, que a Governadora responda, porque afinal são os seus Secretários, financiadores de campanha, que estão envolvidos, o que está muito perto de toda uma relação que garantiu a eleição da Governadora Yeda. Essa é uma manifestação política dos movimentos sociais, e esta é uma Casa política. Não usarei adesivo aqui em respeito a Vossas Excelências, mas acho que nós não devemos cercear a manifestação política. Não se trata de campanha eleitoral, porque não estamos em eleição para o Estado do Rio Grande do Sul; estamos, sim, em eleições municipais.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Peço compreensão ao Ver. Claudio Sebenelo, pois a Mesa é presa ao Regimento. Foi feito um Requerimento pelo Ver. Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, fazendo um pedido para retirada do adesivo, a Vereadora entendeu, retirou; então, para mim, o assunto está encerrado, e nós prosseguiremos com a Sessão.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Está encerrado, mas é o seguinte: o ex-Secretário Cézar Busatto encontra-se agora na nossa TVCâmara, transmitindo todas as informações possíveis à Assembléia Legislativa e aos Deputados. Conseqüentemente, qualquer pedido, como o que V. Exª tem aí, de convocação, é desnecessário na medida em que podem ser esclarecidos todos esses problemas e essas questões no tempo em que ele vai ficar, até de noite, lá na Assembléia Legislativa.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço a Vossa Excelência.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para contraditar o Requerimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em nome da nossa Bancada, o Requerimento que acabamos de lhe entregar... O senhor fez uma argumentação: “Por que vir aqui o Secretário se ele não é mais autoridade?” Se ele não é mais autoridade e está usando a nossa TVCâmara, bem que ele pode vir à tribuna e prestar contas a todos os Vereadores. São dois pesos e duas medidas. Por que ele está usando a TVCâmara se não é mais autoridade? Ora, aí não dá! Por favor!

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço as manifestações dos Srs. Vereadores.

A Verª Maria Celeste está com a palavra.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, de fato sabemos que Cézar Busatto não é mais Secretário nem do Município de Porto Alegre nem do Governo do Estado, mas gostaria de fazer um Requerimento para que se verificasse em que momento nós recebemos, em que tempo foi recebido, nesta Casa, através do Regimento, a presidência do Internacional, o Sr. Vitório Piffero, que esteve conosco prestando esclarecimentos sobre um Projeto desta Casa. Então, da mesma forma que naquele momento abrimos um precedente, gostaria de neste momento reiterar o nosso Requerimento, nesse sentido, para Vossa Excelência. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Já determinei autuação, e esse assunto virá para a reunião de Mesa na quinta-feira. Agradeço as manifestações.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; acho que o Sr. Paulo Afonso Feijó tinha o direito de fazer a gravação que fez. Não tinha o direito de usá-la da forma como a usou. Não tinha o direito de levá-la à imprensa e à CPI do Detran. Aliás, eu disse que CPI é uma palhaçada, porque CPI se faz, e o relatório se manda para o Ministério Público, e lá, na CPI, o Ministério Público dá informações para fazer os Deputados aparecem no vídeo do Canal 18.

Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não vou falar das declarações do Dr. Busatto, porque eu podia pensar que o Duda Mendonça não é brasileiro, que não é publicitário, que não fez campanha para o PT usando dinheiro da Eletrobras, da Petrobras, dos Correios. Eu não podia falar no Marcos Valério, que fez o que fez no “mensalão”; eu não podia falar no José Dirceu; no filho daquele Presidente que não sabe de nada, mas que, de repente, ficou rico e investe milhões de reais; eu podia falar dos diógenes da nossa vida; eu podia falar da absolvição do Renan Calheiros para saber como é que foi feita. Eu gostaria que me explicassem como é que fizeram todas essas coisas.

Mas é claro que eu poderia falar no motor de explosão, eu poderia falar, aqui em Porto Alegre, no incinerador de lixo. Eu poderia perguntar para onde foi o dinheiro da balança que quebrou. E não fui eu que fiz o relatório final, foi o ex-Prefeito Tarso Fernando Genro, que, ao assumir a Prefeitura, mandou fazer uma análise dos acontecimentos da Gestão anterior e encontrou uma diferença de um milhão de dólares na balança que quebrou e que, quando funcionava, pesava 14 toneladas, em média, de lixo por caminhão, e isso era pago. Aí, quando ela permaneceu quebrada durante um ano e tanto, passou-se a pagar 17 toneladas. Acertaram a balança, voltou a ser quatorze. A Comissão sugeriu que a Administração nova procurasse a empresa que recebeu a mais e dissesse: “Devolvam o dinheiro que receberam a mais.” Eles resolveram tudo com uma simples nota na página 03 da Zero Hora: “Não pesamos o lixo; não emitimos o Empenho; não fizemos o recibo; recebemos o que nos pagaram e não temos que devolver nada para ninguém.” Será que não tinham que devolver, porque já tinham devolvido? É mais certo que tivessem devolvido.

Será que o Duda Mendonça era um anjinho que botou dinheiro no Exterior também para fazer publicidade com o dinheiro da Petrobras, dos Correios, da Eletrobras e de outros tantos? Ora, quem tem telhado de vidro não pode jogar pedra! Não pode jogar pedra! Acho que está tudo muito bem: há o bom e o ruim. Isso eu já disse na semana passada. Em todos os Partidos, há bons e ruins. Mas não se pode, por exemplo, querer atingir a Governadora do Estado, que não fez, de forma alguma, nenhuma irregularidade até hoje conhecida. Ela demitiu Secretários, é verdade. Eu não tenho procuração para defendê-la, mas não há por que acusá-la de corrupção; não há por que se portar da maneira que se portam; não há por que fazer o que faz a Comissão Parlamentar de Inquérito - ou “para lamentar de Inquérito”, o que seria muito mais certo. Como eu disse, uma Comissão de Inquérito levanta os problemas, encontra as respostas e encaminha, depois, para o Ministério Público. Mas o que eles vão encaminhar para o Ministério Público se aquilo que eles usam são degravações, são notas do Ministério Público? Vão mandar o que para o Ministério Público? O que eles trouxeram de novo? E o que tem a ver a gravação do Vice-Governador, Feijó, com a Comissão Parlamentar de Inquérito do Detran? É “para lamentar” mesmo a Comissão, é para lamentar muito o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Mas, infelizmente, nós temos que viver o tempo, e não adianta nada, nós não vamos mudar as coisas, nós não vamos mudar as pessoas; quem é honesto segue honesto; quem é desonesto não tem perdão, há de ser desonesto sempre! Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero, em primeiro lugar, Ver. Sebastião Melo, cumprimentá-lo por negar qualquer possibilidade de convocação do ex-Secretário de Governo Cézar Busatto, pois nos poupa de assistir à cena vexatória das explicações do Sr. Cézar Busatto. Por quê? Vejam bem, ele não honra a tradição gaúcha - eu falo em ética e moral!

Estive, a tarde inteira, prestando atenção aqui às colocações feitas em relação a essa tragédia para o político. É uma tragédia ao político porque “põe todos no mesmo saco”! E não cabe, Ver. João Antonio Dib, nós atacarmos os outros: “Aqui está sendo feito isso, mas a Dilma ali, o Paulinho, do PDT; lá, o Fulano...” Não! Eu não sou advogada, mas sei que uma coisa se chama “mérito da questão”. Eu não entro aqui no julgamento do Vice-Governador, Paulo Feijó; não vou julgar, não entro nesse mérito nem vou defender, mas falo de uma única coisa: o fato de o Sr. Cézar Busatto ter colocado que - e ele colocou com todas as letras - o Detran financia o PP; e o Banrisul, o PMDB, e que isso já ocorria nos outros Governos. A colocação da gravação é muito grave, muito grave! E isso aí nós não podemos admitir que passe em brancas nuvens, ou que agora ele vire vítima!

Na década de 70, fiz um curso de Análise Transacional. Para quem não sabe o que é, trata-se da análise de transações. Em suma, a vida é um jogo, Professor Zé Valdir, e as pessoas têm que dançar de acordo com a música que está posta. Então, nesse jogo, justifica-se dizer: “Os outros roubaram; nós também podemos roubar?” Não, senhor! Nós não podemos! E outra: qualquer cidadão, qualquer político, qualquer funcionário sabedor de qualquer falcatrua tem a obrigação de denunciar, ou é co-responsável. Co-responsável!

Por essa razão, eu faço a seguinte colocação: toda aquela gravação veio à tona, mas o pior de tudo não foi aquilo, Ver. Luiz Braz! O pior de tudo foi a entrevista do ex-Secretário Cézar Busatto. Ali, sim, ele agrediu a inteligência do cidadão. Ele subestimou a minha inteligência quando disse: “É com os CCs”. O que é isso? Que botasse um capuz e fosse se encerrar a quatro portas! Mas aquilo nos subestimou, e temos que dizer “não”, porque a nossa imagem aí fora é que está... Há muita gente que julga de um jeito, que julga de outro. Mas eu tenho coerência, até porque, Ver. Sebenelo e Ver. Luiz Braz, o PSDB apoiou e elegeu o Governador Alceu Collares! E, quando se pediu uma CPI, o Collares foi homem honrado e disse: “Assina o PDT em primeiro lugar, e abram-se as portas! Quem não deve não teme!” E o que fez o PSDB? Ontem, a Governadora dizia: “Tem que olhar no olho”. Por fax, o Vice-Governador, João Gilberto Lucas Coelho, pediu demissão, porque o PSDB havia julgado que poderia respingar nele. Eu tenho legitimidade para dizer isto aqui: quero os fatos apurados, mais a denúncia de Cézar Busatto, a colocação dele, porque ela nos deixa indignados e também deixa indignada a população gaúcha e a porto-alegrense. Com certeza, isso vai servir para julgar cada um de nós na sua atuação. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu quero dizer para V. Exas que isso que está acontecendo, aqui na cidade de Porto Alegre, em todo Rio Grande do Sul, é um verdadeiro preconceito contra a mulher. É verdade! Uma discriminação que estão fazendo, porque é uma Governadora, é uma senhora que é mãe, é avó, tem a sua família. E, quem sabe, essa senhora não está com a sua auto-estima abalada? Porque os homens estão dizendo que a Governadora está errada. Mas nada foi comprovado contra a Governadora até agora! Como pode ter gente se aproveitando da situação e pedindo o impeachment da Governadora? Como podem se aproveitar desse momento? O pessoal quer jogar a Governadora no ventilador.

Eu quero dizer que continuo acreditando e apostando na Governadora, desde que nada seja provado contra ela. E acho um absurdo tudo isso que estão usando, tudo isso que estão fazendo contra essa senhora, que é mãe, é avó. A Governadora deve ser respeitada. E podem ter certeza absoluta de que, se fosse um Governador, se fosse um homem que estivesse no poder, não teriam toda essa vontade de chegar lá e gritar: “Fora!” Estão enfrentando, porque é uma mulher. Todas vocês, senhoras - V. Exª, que é Vereadora -, precisam, primeiramente, examinar o que está acontecendo, porque não foi provado nada contra a Governadora até agora. Como podem querer pedir a sua saída?

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Mas V. Exª tem alguma prova contra a Governadora, Verª Sofia Cavedon? Vossa Excelência não tem; então, não pode falar. Eu quero dizer a V. Exas que temos que aguardar os acontecimentos. Não estou defendendo ninguém aqui, não estou dizendo quem está errado, se é o Vice-Governador ou quem lá for. Mas quero dizer que estou imaginado o estado emocional dessa senhora, porque ela tem que cuidar do Estado, tem que dar entrevista, tem que atender as pessoas, e aí há milhares de pessoas só falando o seu nome, dizendo que se deve pedir a sua saída. Eu estou falando, Ver. João Bosco Vaz, da autoridade máxima do Estado, que é a Governadora. E agora, simplesmente, todo o mundo chega aqui e pede a saída da Governadora; não é assim. Acho que V. Exas devem rever melhor e pedir que seja investigado, seja feito tudo o que for, mas dentro da lei, nada fora da lei. Não é chegarmos ali com meia dúzia de gente, aproveitadores de vantagens, na frente do Palácio Piratini, e pedirmos a saída da Governadora. Isso se chama de gente aproveitadora da situação.

Quero dizer a V. Exas, na área do esporte, o que está acontecendo dentro do Rio Grande, que, mais uma vez, eu não consigo ver nem um clube gaúcho na nossa frente, Ver. Comassetto. Por quê? Agora, nesse momento, o Grêmio está jogando bem, já está na Copa Libertadores da América, nós vamos à Libertadores. O nosso Presidente do Grêmio, Paulo Odone, fará um pedido ao nosso querido Presidente Sebastião Melo, para apresentarmos, em uma Sessão, o projeto da Arena do Grêmio. E será o projeto mais arrojado, com melhor desempenho no futebol. E quero dizer...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Não. Nós vamos apresentar aqui, Vereador. Com o mesmo direito que o Internacional veio aqui e apresentou, nós queremos apresentar o nosso, Vereador.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Não, o nosso é totalmente novo! Totalmente novo, e, para quem gosta de esporte, para quem ama o esporte, para quem leva essa alegria... Eu sou um apaixonado pelo esporte, como V. Exª, que foi Secretário do Esporte aqui de Porto Alegre. Eu nunca tive oportunidade de ser Secretário e quero dizer a V. Exª que admirei muito o seu trabalho. E, certamente, aquela convocação que houve lá com o Secretário de Turismo, na época, era o Lara, que a Copa do Mundo seria realizada somente no Estádio Beira-Rio, V. Exª tem colaboração também, Vereador, pois foi V. Exª que indicou.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Quero dizer a V. Exª que eu fui me informar e soube que V. Exª era o Secretário dos Esportes e também tinha...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Agora, quero dizer que vamos preparar a nossa Arena, vamos botar à disposição da CBF para realizar o jogo da Copa do Mundo na nova Arena do Grêmio. Obrigado, senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, povo que nos assiste, volto com o assunto do momento, tenho de reprisar e afirmar o que sempre manifestei desta tribuna: o meu repúdio, a minha indignação com a atual cultura política deste País. Ouvi diversos pronunciamentos; uns foram de solidariedade; outros, de pena; outros, querendo apregoar o impeachment, ou o que seja, mas só quero dizer uma coisa: nobres colegas, nós temos de estar hoje solidários com a verdade, com a moral política. Nós chegamos, com certeza, no ápice do caos político, que nós denunciávamos que estava ocorrendo no nosso País. Isso não é prerrogativa do Estado do Rio Grande do Sul. Sempre dizia que era uma cultura política do nosso País, que vinha lá de cima, mas que também acontecia aqui embaixo, a exemplo dos “mensalões” e de tantas outras coisas tristes. Temos gente que está solta neste País e que afirmou numa CPI que recebeu quatro milhões de reais e que não iria prestar contas. Ele não prestou e está solto! Compraram uma Varig com falcatruas, com influências do Governo, por vinte milhões, e, seis meses depois, venderam por 320 milhões. São essas coisas que nós não podemos tolerar.

Se o Governador é uma senhora ou um senhor, se o Presidente da República é seja lá o que for, se o Secretário é seja lá o que for, nós temos compromisso é com a verdade, com a “intactualidade” do patrimônio público. Não podemos mais pedir aumento de impostos, ou cobrar impostos para justamente engrossar o que está acontecendo. Nós temos de repensar. É o momento de pensarmos profundamente a nossa cultura política, de repensarmos a nossa conduta política, de repensarmos essa carga fiscal que assola o País de maneira avassaladora. E a gente vê os impostos correrem pelo ralo, irem para todos os Partidos que, sabemos, estão no poder, todos! Não há exceção. Por isso falo em cultura política. Precisamos dar um basta!

Temos de ter o compromisso com a verdade, com a honestidade, para fiscalizarmos a representatividade do nosso povo, com o imposto que ele paga, com os direitos que ele tem. Não adianta defendermos que A ou B é mais simpático ou menos simpático. Chegou o momento de mostrarmos a nossa cara, mostrarmos por que viemos. Eu tenho a certeza de que a maioria aqui comunga da idéia da honestidade, da política correta. Nós temos que nos livrar justamente desses oportunismos que concorrem com o bom político, que fazem com que o bom político não queira fazer política, com que o bom político perca as esperanças, inclusive numa concorrência desleal. Vejam os financiamentos das campanhas de um Secretário, de um Ministro em relação àquele que faz uma política correta, que não tem CC, que não tem cargo para lotear; este faz uma política pura, com a sua convicção, apoiando bons projetos.

É com relação a isso que nós temos que tomar uma posição nesse momento e apurar aqueles que realmente fraudaram o patrimônio público. Temos que os colocar não brincando nas avenidas, passeando em Copacabana, de bermuda, como o Sr. Waldomiro Diniz e outros, queremos que os outros sejam honestos, e os nossos possam fazer a política como bem entendem, apenas para se manter no poder.

Então, este é o apelo que faço e, ao povo que está nos ouvindo, digo: eu me orgulho hoje muito em ser Democratas, por mais difícil que seja a posição de ser oposicionista sem loteamento de cargos para as nossas reeleições. É somente por essa convicção que nós estamos na política, principalmente eu, por um compromisso com o meu eleitorado, um compromisso com a verdade, com a ética, com aquilo que eu sempre fui na minha vida particular; algo que está lá a história do Geraldo Santana. Eu quero dizer que estou junto com o meu Partido, com o Democratas, nessa luta pelos princípios democráticos e pelo direito da Justiça, e o Estado de Direito deveria ser - e tem de ser, meus caros colegas - um mote daqui para frente: a verdade pelos direitos da Nova República. Esse é o apelo que faço. Vamos repensar e vamos agir no sentido de uma verdadeira República brasileira. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, os últimos acontecimentos são deveras reveladores. Nós temos, no Estado do Rio Grande do Sul, um Vice-Governador que gravou uma conversa com o seu Secretário da Casa Civil; um Vice-Governador por quem não morro de amores, temos muita divergência em relação à sua concepção de Estado. Naquela gravação, Ver. Dib, vimos que o Chefe da Casa Civil tentava evitar, senhores, uma CPI do Banrisul. A bem da verdade, o Vice-Governador vem denunciando e encaminhou ao Ministério Público questões mal resolvidas, malversações de recursos no Banrisul, e o Secretário Busatto, que muda da cidade de Porto Alegre para o Governo do Estado, que vai buscar uma apaziguação, um apaziguamento da Governadora com os Deputados da sua base de Governo, tentou subornar o Vice-Governador, que está inconformado com o uso ou com o mau uso das relações do Banrisul com este Governo. Essa é a verdade dos fatos.

E o Secretário Busatto - nisso se apóia o Requerimento que a Verª Margarete encaminha em nome da Bancada - afirma o seguinte: “[...] não é possível governar sem maioria”. E dá exemplos em relação ao Estado, e dá exemplos em relação a Porto Alegre dizendo que “para obter maioria, é preciso fazer concessões”. São as suas palavras, ele tentou convencer o Vice-Governador. Para obter maiorias, ele diz: “É preciso fazer loteamento de cargos”. Ele exemplifica com Porto Alegre e diz, Ver. Sebenelo: ”O Governo de Porto Alegre era de um Partido pequeno e precisou fazer isso para obter maioria”. E tem de fato maioria nesta Casa, tem dois terços dos Vereadores da Câmara de Vereadores, uma maioria - segundo o Secretário de Governo do Fogaça, até recentemente - construída por meio de concessões, loteando cargos. Essa é a fala do Secretário.

 E a questão é: quais as concessões que foram feitas na cidade de Porto Alegre para a construção dessa maioria, Verª Neuza Canabarro? E depois tentando se explicar...! Também concordo com a Verª Neuza que foi uma ofensa às nossas inteligências. Ele diz que é através dos CCs, dos financiamentos, que ele afirmou que ocorrem através das empresas públicas estaduais. Mas será que no Município... E afirmou que é contrário aos CCs. Só que no Município - será que forma essas as concessões? - mais de cem CCs foram aumentados nesta Administração, só na Centralizada. Foram mais de cinqüenta CCs, Ver. Adeli, na EPTC; na PROCEMPA, dobrou o número de CCs e de estagiários. Pasmem! A mais, Ver. Brasinha! Isso tudo é a mais, dos ditos CCs da Administração Popular.

Será que os supersalários criados pelo Governo Fogaça, com protagonismo do Secretário, Ver. Dib, algo que votamos contra nesta Casa, sobrepondo salário de cedido com salário de CC; isso foi criado em Porto Alegre, será que foi para a mesada que o Secretário Busatto disse que financia os Partidos? Será que as licitações de terceirização, megalicitações do DMLU que foram anuladas; licitação de terceirização de iluminação pública; licitação, não, contratação direta do Instituto Sollus para o PSF, contra tudo e contra todos. Serão essas as concessões? E eu poderia seguir exemplificando. Acho que esta Casa tem que pedir explicações ao Sr. Secretário, ex-Secretário; ele se remeteu à cidade de Porto Alegre, exemplificando como se constroem maiorias, tentava convencer o Vice-Governador de que a vida é assim mesmo. Nós, senhores, podemos ter muitos erros; governamos 16 anos com minoria nesta Casa, a nossa maioria e a legitimidade eram construídas na gestão democrática com a Cidade. Com minoria, muitos aqui assistiram, debatemos e perdemos votações, sim, mas construímos muitas vitórias, porque o povo vinha e legitimava.

Acho que devemos à cidade de Porto Alegre esse momento de explicações do Secretário Busatto. Que concessões, que loteamentos, o que garantiu essa maioria aqui em Porto Alegre? (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Recebo Memorando de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que esteve representando esta Casa na quinta-feira passada, dia 05, junto à EPTC, para tratar da Lei do Motofrete.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo Governo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, quem nunca errou que atire a primeira pedra. Eu acho que isso é extremamente válido para todos os Partidos políticos, não só aqui no Rio Grande do Sul como também em todo o País.

Eu lembro, Verª Sofia Cavedon, que V. Exª não era tão veemente para cobrar punições quando o Sr. Diógenes saqueou esta Cidade para beneficiar o Partido de Vossa Excelência. Não vi V. Exª fazer nenhum discurso contra o Sr. Diógenes. Eu não lembro, Verª Sofia, V. Exª cobrar da sociedade uma ação quando o Partido de V. Exª, de forma irresponsável, com discurso eleitoreiro, mandou embora a Ford para a Bahia, infelicitando toda uma região, infelicitando o Rio Grande do Sul! Para quê?! A fim de que o Partido de V. Exª pudesse ter um bom discurso, para passar àqueles que acreditavam que o Partido de V. Exª fosse recheado de moral e de ética. Imagine, V. Exª, que exatamente aqui, no DMLU, um dos dirigentes ligados ao Partido de V. Exª, Vereador aqui desta Casa, Sr. Darci Campani, foi condenado a devolver dinheiro por má gestão administrativa. Ou V. Exª não está lembrada?

Nós precisamos lembrar mais, precisamos lembrar do Clube da Cidadania? O Clube da Cidadania, Ver. João Dib! É mais uma torrente de confusões, de podridão que jorrou exatamente por ações do Partido dos Trabalhadores. Preciso lembrar V. Exª, que é muito bem informada, que o grande Presidente ligado ao PT, o Sr. Lula da Silva, esteve há poucos dias no Pará, aplaudindo o Sr. Jader Barbalho, que foi apontado como um dos maiores ladrões desta Nação, mas que, para o Sr. Lula da Silva, como ele está dando suporte atualmente às ações do PT, ele é um homem extremamente decente para o PT, porque, afinal de contas, ele sustenta todas as ações do PT dentro do Governo.

É assim que as coisas se dão. Esse tipo de discurso, mais uma vez, vem para fazer acusações, pedir punição contra quem não há prova, a exemplo da Governadora do Estado. Até agora nada foi provado contra a Governadora. A única coisa que realmente a Governadora pode responder é que ela tirou o Estado do Rio Grande do Sul de uma situação lamentável, de uma situação de bancarrota, em que ninguém mais acreditava no nosso Estado; ela conseguiu dar, para o Rio Grande do Sul, um rumo, um norte. É por isso que o PT, mais uma vez, se levanta para derrotar a Governadora, para derrotar aqueles que querem fazer ações descentes! Não querem punir quem errou, querem é desbancar o Governo, querem acabar com o Governo, querem acabar com o Rio Grande do Sul, assim como já fizeram várias vezes; é simplesmente o poder pelo poder. É chegar ao poder, é simplesmente o gosto de chegar ao poder!

E, se não bastasse isso, ainda querem colar a crise do Estado aqui em Porto Alegre! E, sabe, gente, o que aconteceu aqui em Porto Alegre no final da Gestão do PT? Aqui em Porto Alegre nós tínhamos um Orçamento deficitário de quase 200 milhões de reais! Esse era o Orçamento de Porto Alegre, essa foi a benesse que o PT fez para Porto Alegre! Fez com que Porto Alegre empobrecesse em 16 anos; aliás, eu acho que isso merecia uma verificação, porque o Governo Fogaça, em pouco tempo, conseguiu recuperar o Orçamento e mostrar que aqueles ou eram maus gestores ou eram corruptos! Porque, afinal de contas, ninguém faz com que o Orçamento fique deficitário em 200 milhões, e logo após, três anos depois, o Orçamento já está superavitário!

Agora, Ver. João Dib, nós vimos a apresentação da Secretaria da Fazenda, que demonstrou o Orçamento nos primeiros quatro meses - primeiros quatro meses de Orçamento. Sabem quanto tem para aplicação? Aquilo que o PT deixou deficitário no Orçamento o Governo Fogaça já tem para aplicar em obras. É isso. Quem é que rouba? Quem é que está roubando? Ou quem roubou? É quem deixou o Orçamento de Porto Alegre ficar 200 milhões atrás ou quem tem dinheiro agora no Orçamento para aplicar? Quem é que rouba? (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste pela TV Câmara, venho a esta tribuna para fazer uma reflexão sobre o que foi falado por alguns Vereadores do PT em relação ao atual Governo, ao Governo Estadual e a algumas lideranças políticas deste Estado.

O que me entristece é ver e sentir na fala, por exemplo, da Verª Sofia Cavedon aquele entendimento de que quanto pior, melhor. O PT vem a esta tribuna com ar de felicidade, quando deveria se entristecer, porque quem paga é o povo. Não vem aqui com indignação, vem aqui com ar de deboche, de alegria: ”Que se rale o povo, porque nós temos que mostrar que somos melhores do que eles”. Não deveria vir aqui falar de ninguém; deveria a Verª Sofia Cavedon explicar, por exemplo, a atitude do Lulinha, o filho do Presidente, um professor que ganhava 1.800 reais por mês e que entrou num negócio de cinco milhões. Como se explica isso? Deveria vir aqui explicar, por exemplo, sobre os Deputados que foram cooptados pela direção de V. Exª lá em Brasília. Quantos foram comprados? Quem tem moral para vir aqui falar de alguém? Com a história do “mensalão”, com os dólares na cueca, eles têm moral para vir a esta tribuna e falar nesses assuntos, como se estivessem acima do bem e do mal? Não têm, não podem. Estão apostando que o povo esqueceu, estão apostando que o povo tem mente curta, que não lembra dessas coisas! Eles vêm aqui usar da palavra como se o Partido fosse... Não, o PT está longe do que devia ser.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Então vamos falar de Porto Alegre. O Sr. Verle, que eu saiba, está respondendo um processo por ter deixado contas a serem pagas. O PT deveria vir a esta tribuna para explicar por que, na primeira semana após o Prefeito Fogaça ter assumido a Prefeitura, havia cinco milhões de dólares para serem pagos e outras contas mais, empenhadas, e não tinha dinheiro. Estavam dando o calote em todo o mundo porque tinham certeza de que iam ficar por mais quatro anos, deixaram, na realidade, o Município endividado em quase 200 milhões, dando calote em todo o mundo. Isso os senhores deveriam vir a esta tribuna explicar melhor. Ficam jogando pedras como se fossem santos, como se estivessem acima do bem e do mal. Venham à tribuna explicar as atitudes que o Partido de V. Exas tem tido ao longo de todos esses anos; foram 16 anos endividando...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sem roubalheiras. Dezesseis anos endividando.

Por que V. Exas, na Secretaria da Saúde, queimaram os computadores, botaram fogo, destruíram tudo? Quem não deve não teme! Por que rebentaram os computadores? Por que deletaram os documentos? Documentos do Governo é patrimônio público, não podiam ser destruídos! Acabou o Governo de vocês, e queimaram para que não pudesse ser lido, para não ser entendido, por quê? Quem não deve não teme! Então, V. Exª tem que vir a esta tribuna e usar este microfone para explicar essas coisas. Parem de ficar jogando pedra e tijolo, vocês não explicaram as pedradas que deram no povo com as atitudes que tiveram para com a sociedade através desse comportamento, que não é um comportamento aceitável pela sociedade. Venham explicar aqui a venda da Varig. Que baita negócio, não é? Compram por vinte e poucos milhões, usam a influência e depois vendem por mais de 300 milhões. Que baita negócio! Poxa vida! Eu compro um carro por mil reais e depois vendo por cinqüenta mil. Senhores, venham aqui e expliquem. Eu acho que por hora é isso, basta. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Elias Vidal.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não venho mais aqui pedir que alguém explique alguma coisa, nem que PT explique, ou PMDB, PDT, PTB, Busatto, Feijó. Eu não quero mais explicações, eu! Eu gostaria muito que, a partir de hoje, todos nós começássemos a construir a reforma política. Ela precisa ser feita! Ver. Bosco, há instantes estávamos conversando a respeito de um possível programa de televisão: “Sociedade, eu e você”. É a liberdade, com o coração machucado, de usar plenários de uma Câmara Municipal de Porto Alegre - ou amanhã um outro plenário -, sinceramente, com o coração aberto! E não é vergonha do fato que está se passando agora, é vergonha dos fatos que vêm se acumulando, para os quais não há fim, não existe fim. Um sobe aqui e pede explicações do que fez o PT; outro sobe aqui e pede explicações do que está fazendo a Yeda, e nós vamos pedindo explicações e explicações... “Busatto tem ou não tem razão? O Feijó é louco ou não é louco? É mau-caráter ou não é mau-caráter?”, e nós vamos ficar tirando só o jogo político, nada mais do que isso. Nós não vamos atingir os nossos objetivos se não começarmos a brigar por uma reforma política.

Eu vim mais aqui ao plenário, hoje, agora, aqui na tribuna, para dizer à minha querida Verª Margarete Moraes que, quando eu digo Partido dos Trabalhadores e digo sangue ruim, eu estou falando em nível de Zé Dirceu, que tinha de estar na cadeia, mas ele já está mandando de novo no Partido dos Trabalhadores. Ou não? E a Dilma Rousseff, agora, envolvida com essa passagem da Varig! E a história do “Mensalão”! Se eram quarenta ladrões lá, há quarenta ladrões aqui também, mas que número mais forte é este: quarenta! “Olha, Lula e os quarenta ladrões!” Agora, no Rio Grande do Sul, é o não sei o quê e os quarenta ladrões, sempre o número quarenta! Eu ia até falar sobre o jogo, mas daí eu posso...

Mas o que eu queria dizer é que enquanto o PT - eu só digo PT e PMDB, porque é o que me serve, no momento, em termos de comparação... O PMDB tem Renan Calheiros! O PMDB, o Partido a que pertenço, tem Garotinho, que forma quadrilha armada no Rio de Janeiro! Então, se não fizermos uma reforma política, uma real reforma política... E hoje, lendo uma revista de nível nacional sobre os homens atingindo os 60 anos, que são da safra de 1968, talvez seja a “avolescência”, os avós jovens pegando aquilo que nós tínhamos em 1968 e transportando, agora, para cá. Mas em outro nível, evidente, sem a intromissão de outras forças que não sejam as nossas, que estamos aqui, que temos cadeira na Câmara de Vereadores, aqueles que têm cadeira na Assembléia, no Senado, na Câmara dos Deputados e por aí! Por quê? Se nós estamos aqui e não resolvemos, não é a sociedade que virá aqui e resolverá!

Então, não adiantam mais essas discussões do que o Fulano fez e do que o outro deixou de fazer! Eu acho que está na hora de todos nós brigarmos, começarmos da pirâmide aqui de baixo, nós, pequenininhos. Vamos exigir, sim, uma reforma política! E essa história das campanhas eleitorais - puxa vida! - pagas pelo Governo.... De verdade, eu estou defendendo esta tese, Ver. Luiz Braz, para campanha de Vereador em 2008: 50 mil reais para cada Vereador, e estamos conversados! Olha, estou dizendo até o quanto, porque sei que muitos vão gastar menos do que isso e outros vão gastar três, quatro vezes mais para ser Vereador e ganhar um salário de sete mil e uns quebradinhos aí. Então, eu sou defensor, sim, porque daí fica a igualdade. Cinqüenta mil, cinqüenta “pau” para cada um, dados dos cofres públicos, mas registrado em cartório: “O senhor está recebendo 50 mil para fazer a sua campanha, depois traga os comprovantes.” E c’est fini! Aí, sim, a gente poderia acabar com essas coisas que estão por aí. Porque, do contrário, o coitado do ingênuo do Busatto fala uma coisa, entende-se outra, e agora querem mexer até com os CCs. Olha, precisa muito CC para atingir 40 milhões de reais e desviar o assunto do Detran. Aqui não tem nenhum bobo, aqui não tem ninguém viajando tão esporadicamente pelo mundo da política. CC? Não. Quarenta milhões de CCs no Detran? Alguém está ficando louco; eu não estou. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

               

PROC. Nº 2569/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Empresário Irio Piva.

 

PROC. Nº 2934/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Centro Social Marista o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Acesso H Quatro – Loteamento Wenceslau Fontoura –, localizado no bairro Mário Quintana.

 

PROC. Nº 2998/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/08, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Geraldo Fulgêncio de Oliveira Filho.

 

PROC. Nº 3121/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que proíbe a criação, a manutenção e a alimentação de pombos domésticos em vias, praças, prédios e locais de acesso público na zona urbana do Município de Porto Alegre e estabelece penalidades para seu descumprimento.

 

PROC. Nº 3220/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 128/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Leste o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Nove – Vila Castelo –, localizado no bairro Restinga.

 

PROC. Nº 3223/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Jequitibá Rosa o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Jequitibá Rosa, localizado no bairro Restinga.

 

PROC. Nº 3456/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/08, que altera a redação do art. 1º da Lei nº 8.689, de 28 de dezembro de 2000, alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.239, de 16 de agosto de 2007, pela inclusão do Diretor-Geral do Hospital de Pronto Socorro – HPS, da Secretaria Municipal da Saúde – SMS, na relação de postos de confiança sujeitos à concessão de verba de representação, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2042/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/08, de autoria da Verª Maria Celeste, que isenta do pagamento da tarifa no transporte coletivo por ônibus os servidores de Nível Médio da Brigada Militar e os servidores da Guarda Municipal, quando em serviço, revoga as Leis nos 5.397, de 10 de janeiro de 1984, e 7.017, de 27 de março de 1992, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2482/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/08, de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Troféu Câmara Municipal Porto Alegre ao Senhor Erminio Vivian.

 

PROC. Nº 2531/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/08, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui como Área Especial de Interesse Institucional para instalação de Equipamento Urbano Público, com base nos arts. 73 e 74 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (PDDUA), e alterações posteriores, a área denominada como Terminal Alameda, localizada no bairro Vila João Pessoa, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2893/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Saddlebred o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua A – Vila Castelo –, localizado no bairro Restinga.

 

PROC. Nº 3287/08 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/08, que cria a Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre – INOVAPOA, no âmbito da Administração Descentralizada do Executivo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3219/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Mês de Agosto o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Mês de Agosto, localizado no bairro Restinga.

 

PROC. Nº 3224/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Elca Loudero Jarros.

 

PROC. Nº 3064/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que denomina Rua Jorge Iansen o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Quinze de Fevereiro – Vila Minuano –, localizado no bairro Sarandi.

 

PROC. Nº 3065/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Hugo Ramirez o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3024.

 

PROC. Nº 3107/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Odilom de Oliveira o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua C – Av. Edgar Pires de Castro –, localizado no bairro Restinga.

 

PROC. Nº 3218/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 126/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Concórdia o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Onze – Vila Castelo –, localizado no bairro Restinga.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. João Carlos Nedel denomina um logradouro de Rua Centro Social Marista, tudo bem; mas a Verª Maria Luiza denomina uma rua aqui que eu acho que vai ter dificuldade de ser denominada: Rua Saddlebred, não sei ler, essa eu não entendi. O Governo do Município está criando a Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico de Porto Alegre, a INOVAPOA, cumprimentos ao Executivo. A Verª Maria Celeste isenta de pagamento da tarifa no transporte coletivo por ônibus os servidores de nível médio da Brigada Militar e os servidores da Guarda Municipal quando em serviço. Quando em serviço, eles estão fardados, e, fardados, os brigadianos não pagam passagem.

Imaginem que leis resolvam todos os problemas... Se as leis resolvessem problemas, eu diria que todos brasileiros têm que ser corretos, têm que ser sérios, honrados, e não teríamos mais problemas. Seria uma lei a ser cumprida. Então, o Ver. Todeschini quer proibir a criação, a manutenção, a alimentação de pombos domésticos em vias, praças, prédios e locais de acesso público na zona urbana do Município de Porto Alegre, estabelece penalidades para o descumprimento, mas não estabelece as penalidades. Ele diz que o Executivo em 120 dias estabelecerá as penalidades - mas não vai ser por lei. Como é que eu vou impedir que uma criança jogue pipoca na frente da Prefeitura, para que venha aquele monte de pombos, ou que um velhinho jogue migalhas de pão? Nós temos que encontrar uma outra solução para eliminar o problema dos pombos na cidade de Porto Alegre. Realmente, estamos com riscos, eu tenho certeza disso, mas algum tempo atrás nós notávamos no cais do porto, naqueles armazéns que guardavam grãos, milhares de pombos nos seus telhados, e agora quase não tem nada, então é possível encontrar outras soluções. Mas, por lei, dizer que não pode jogar farelo de pão ou não pode jogar pipoca... Com isso eu acho que nós não vamos chegar lá.

O Vereador inclusive fala, na Exposição de Motivos, que os pombos não encontram predadores. Talvez fosse o caso de trazer, aqui para os nossos parques, alguns gaviões-reais, e eles teriam alimentação correta por bastante tempo e poderiam fazer o equilíbrio ecológico, sem dúvida nenhuma. Eu acho que uns gaviões viriam bem. Até vou examinar um dos livros que tenho, para ver se, no passado, já não tivemos gaviões na cidade de Porto Alegre. Eu tenho lá, da década de 30, informações sobre uma série de aves que andavam nos céus de Porto Alegre. Talvez, naquele tempo, houvesse gaviões, agora não temos mais, mas acho que os gaviões fariam um melhor trabalho do que a lei proibindo que se joguem migalhas ou que se perca tempo dando pipoca e coisas mais.

As pombas já não têm mais medo de nós; aliás, as aves já estão mais acostumadas com os humanos. Quando eu chego ao meu prédio, eu vejo sabiás caminhando sem medo, ou essas pequenas pombinhas, as pombinhas-rolas, sem medo nenhum, sem nenhuma preocupação com o automóvel que está chegando, porque sabem que não serão atropeladas, que serão protegidas. E os pombos que, num momento, realmente chamaram a atenção de todos, como chamam lá em Veneza, na Praça de São Marcos, eram uma coisa agradável, de repente nós descobrimos que eles podem trazer uma série de doenças, uma série de problemas para os humanos, além de problemas como o entupimento de calhas e dificuldades em toda a nossa vida moderna. Então, eu acho que precisa ser estudado o problema dos pombos, mas não é com uma lei. Talvez seja com a Secretaria do Meio Ambiente tomando providências ou trazendo alguns gaviões, que teriam alimento, tranqüilamente, e limitariam o crescimento dos pombos na nossa Cidade, algo que realmente está espantoso. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Estimado Presidente, Ver. Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Eu me inscrevi no período de Pauta de hoje porque também falarei do Projeto do nosso colega Ver. Carlos Todeschini que proíbe a criação, a manutenção e a alimentação de pombos domésticos em vias, praças, prédios e locais de acesso público na zona urbana do Município de Porto Alegre e estabelece penalidades para seu descumprimento.

Na mesma linha do Ver. João Antonio Dib, quero dizer que é um Projeto, com muito respeito, Ver. Todeschini, que não tem como votar, meus caros colegas Vereadores. Como vamos proibir as pessoas de alimentarem os pombos? Isso está na natureza, eles se procriam. As própria crianças, Ver. Brasinha, alimentam, a gente cansa de ver isso no Centro. Inclusive, no ano passado, num dos jornais da Cidade, saiu a fotografia de um cidadão que dava comida para os pombos, e as aves sentavam nas suas mãos; ele abriu os braços, parecia uma cruz, ficou rodeado, não se via a criatura humana, só se viam os pombos!

Então, hoje, na cidades grandes, não só aqui em Porto Alegre, mas em outras cidades desse mundo afora, existem os pombos; parece que é um símbolo das cidades. Agora, proibir as pessoas de dar comida aos pombos? Talvez tenhamos que ter outro tipo de controle científico. Nós temos técnicos nessa área que podem fazer estudos. Parece que alguns pombos transmitem alguns tipos de doença, não sei. Alguns profissionais da área dizem que há risco de pegar algumas doenças dos pombos; já outros profissionais dizem que não.

Desde a criação do mundo acho que existem os pombos nas grandes cidades. E as comunicações, Ver. Mauro, como é que ser davam antigamente? Pelos pombos-correio! O pombo é um animal com história. Na época da Arca de Noé, parece que não existia mais terra; daqui a pouco largam um pombo, e ele vem com uma folha na boca mostrando que existia o nosso planeta Terra, porque trouxe o galho de uma árvore.

O Ver. Todeschini apresenta este Projeto para que a Câmara vote. Ver. Todeschini, com toda a boa intenção que teve com o Projeto, não tem nem como nós votarmos, proibindo a criação... É um Projeto muito difícil de ser votado, talvez seja melhor a sua retirada; seria melhor do que discutirmos, levar às Comissões e discutir novamente aqui no Plenário.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, há uns dias eu estava olhando os Projetos da Assembléia Legislativa de São Paulo, e um Deputado apresentou um Projeto contra vendaval. É quase igual ao Projeto do Ver. Todeschini. Como é que um Projeto vai ser contra o vendaval? Não tem como! E assim é. Como é que vão controlar as pombas?

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver. Brasinha. Um Projeto contra vendaval eu não vi, mas, se um Deputado apresentou esse Projeto, sinceramente ele está contra a nossa natureza. Um projeto de pombos, num país de Primeiro Mundo, na Europa, eu não conheço. Mas nas praças da Europa, Presidente Sebenelo, existem pombos. Então, os pombos fazem parte da natureza dos países de Primeiro Mundo. Se eles são tão prejudiciais à saúde... Puxa vida, a Medicina hoje está tão adiantada no mundo! Nós temos três Vereadores que são médicos: o Dr. Raul, o Dr. Goulart e o Dr. Sebenelo, pessoas que conhecem essa área, que estudaram Medicina; de repente, já que o Projeto está em Pauta ainda, eles poderiam opinar se os pombos realmente são responsáveis por muitas das nossas doenças, se eles são tão prejudiciais à saúde, como afirmou o nosso colega Ver. Todeschini. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Ervino Besson.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. Este Vereador desiste de discutir a Pauta. (Pausa.)

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Claudio Sebenelo, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu quero iniciar um debate sobre um tema bastante complexo, sobre a proposta do Prefeito Fogaça de instituir a INOVAPOA, Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico de Porto Alegre. É um novo Departamento, na verdade é uma autarquia na cidade de Porto Alegre que deverá pensar - assim eu consigo entender - o desenvolvimento tecnológico. Portanto, tem uma relação intrínseca com o planejamento desta Cidade, vem numa composição ousada de representação das grandes instituições, de entidades com alguma representação, mas pequena, na minha primeira avaliação, da sociedade civil organizada.

Eu entendo que este Projeto, segundo a Justificativa do Governo, deverá ter, por parte da nossa Casa, um amplo debate. Inclusive este procedimento, qual seja, o da tramitação do Projeto aqui na Casa, deve se constituir numa oportunidade para a Cidade pensar o seu destino. Recentemente, a Cidade investiu nos fóruns de planejamento regionais, no Conselho do Plano Diretor. Eu diria que, através das suas conferências, nos últimos vinte anos, a Cidade vem se perguntando, vem se planificando, vem tentando envolver a população no planejamento e na promoção do desenvolvimento da Cidade. No entanto nós temos que reconhecer que não há, de fato, uma articulação desses fóruns regionais com as decisões governamentais, com as decisões orçamentárias no Orçamento Participativo, com as decisões do Plano Diretor, com as aprovações dos grandes projetos. Há, na cidade de Porto Alegre, uma enorme fragmentação que não permite a nenhuma instituição, muito menos aos cidadãos, visualizar o futuro da sua Cidade, da sua paisagem, do seu bairro. Ao contrário, o que nós enxergamos é uma degradação da identidade cultural, econômica, dos diferentes bairros; uma deteriorização das relações urbanas, com uma falta de investimento pesado em infra-estrutura, em regularização fundiária.

O Projeto, ao propor a criação da INOVAPOA, vem criar mais uma estrutura. Hoje Porto Alegre tem a Secretaria de Planejamento, que não globaliza o planejamento da Cidade; tem o Conselho do Plano Diretor, pelo qual não passam muitas decisões, e o Plano Diretor, que é, de fato, o desenho da Cidade em todos os aspectos. Há uma Cidade que pensa, que decide orçamentariamente através do Conselho do Orçamento Participativo, dos Conselhos Regionais, assim como há os conselhos regionais de planejamento, e agora se cria um instituto que vai pensar grandes inovações. Eu acho que nós precisamos refletir muito - Ver. Adeli Sell, que se dedica ao tema - sobre como se incluirá o instituto nessa estrutura tão fragmentada. Qual será o papel do planejamento? Paralelo ou não a esse instituto? Porque o resultado hoje, Ver. Dr. Goulart, dessa fragmentação, na minha avaliação, é um desastre. Projetos como o do Estaleiro Só, que vem sendo discutido, é um desastre, inclusive para os empresários, que há dois anos discutem com o Governo e não tiveram nenhuma solução. A orla está dessa maneira, são grandes prédios e Projetos especiais em bairros que são de característica mais de moradia e que estão causando impacto; o impacto econômico de áreas com bares, com comércio. Nós temos um descontrole, não temos um desenho e não temos instância.

Por último, o Governo Municipal instalou, em uma Portaria, uma Comissão de Gestores para decidir sobre as Áreas de Interesse Cultural. Quer dizer, são ignoradas todas as instâncias que já existem, é uma comissão de supersecretários. Então, não é possível aprovarmos algo a mais, sem encontrar, junto com a Cidade, com o protagonismo da Cidade, com a discussão do Plano Diretor, em que lugar a INOVAPOA se encontra. O que nós precisamos é não sobrepor mais uma estrutura e fragmentar mais ainda, o que já é um desastre para o destino da cidade de Porto Alegre. Nós precisamos construir um sistema integrado, no qual todos os cidadãos se sintam incluídos na decisão dos rumos da sua Cidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Verª Sofia Cavedon.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, dou continuidade à fala da Verª Sofia Cavedon, que iniciou o debate do Projeto de Lei Complementar que cria a Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre - INOVAPOA. Pelo nome e pelo conceito, ninguém é contra a criação dessa Agência, principalmente os que defendem que a tecnologia da informação e da comunicação devem ser matrizes e motrizes do desenvolvimento também de Porto Alegre, já que esse é o tema que mais avança no mundo.

Coube a mim, juntamente com o Suplente de Vereador Newton Braga, compor o Comitê Pró-CeBIT, para trazer a Porto Alegre a maior Feira de Tecnologia da Informação e Comunicação do mundo, o que está conquistado para o primeiro semestre de 2010. Eu creio que o Executivo Municipal e o Prefeito Fogaça, na intenção de criar essa Agência, cometem dois pecados no Projeto. O primeiro deles, Vereadores e Vereadoras, Dr. Goulart, é que, para criar a INOVAPOA, o Prefeito Fogaça está acabando com a Secretaria que deveria ser uma das prioritárias: a SECAR - Secretaria de Captação de Recursos. A Secretaria de Captação de Recursos tem que cumprir um papel estratégico dentro do Governo para captar recursos. Agora, ela só capta recursos se tiver projetos; se não há projetos, ela não capta recursos. Dr. Raul, o senhor, que é da Saúde, sabe que o HPS perdeu nove milhões e meio de reais do QualiSUS por não ter projeto. Portanto, a SECAR não está cumprindo com o seu papel. Por quê? Porque falta política. Agora, extinguir a SECAR para criar a INOVAPOA é um equívoco.

Somos a favor, sim, da Agência de Desenvolvimento, a INOVAPOA, mas não dá para aceitarmos a extinção de uma Secretaria que tem um papel estratégico, que foi esvaziada, que neste Governo não foi qualificada como deveria ser e não capta recursos. E não é só para os projetos da área de tecnologia da informação e comunicação; a captação de recursos é para todas as áreas: é para a saúde, é para a educação, é para a infra-estrutura, é para o turismo, é para a tecnologia da informação e comunicação, é para o saneamento básico, é para o meio ambiente. Mas tem que ter projeto; se não tiver projetos, nenhuma Secretaria captará recurso algum. Essa Secretaria não captou recursos, e uma das razões é por não ter novos projetos.

Segundo pecado que comete aqui o Executivo Municipal, o Prefeito Fogaça, no projeto da INOVAPOA: o Prefeito quer nomear o Diretor da INOVAPOA por um mandato de três anos. Se é um Cargo de Confiança; quando termina o Governo, o cargo tem que ficar à disposição do novo Governo. Como quer nomear alguém para deixar três anos no cargo? Também não dá, Dr. Raul, V. Exª, que é da base do Governo; até pelo seguinte: ninguém garante que este Governo vá ter continuidade na próxima gestão, querendo já nomear um Secretário para ficar com cadeira fixa de três anos na Agência, que é de primordial oportunidade para o Município, inclusive para desenvolver um trabalho estratégico de uma visão de desenvolvimento da Cidade. Portanto, os projetos políticos estarão em discussão este ano, e, estando eles em discussão, bom, a tese, a teoria e o conceito político vencedores terão que implementar isso também na futura INOVAPOA.

Portanto, Ver. Claudio Sebenelo, para finalizar, coloco hoje numa primeira discussão esses dois problemas que o Prefeito Fogaça pretende com a criação da INOVAPOA: um, acabar com a SECAR, a Secretaria de Captação de Recursos; outro, nomear o Diretor-Presidente, que, a partir da sua aprovação, permanecerá por três anos. Muito obrigado, senhores e senhoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

Com a Pauta inteiramente cumprida, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h04min.)

 

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